Em sua delação premiada, o doleiro Lúcio Bolonha Funaro acusou o presidente Michel Temer (PMDB) de participar de esquema de corrupção envolvendo o PMDB e de ter conhecimento de todos os rolos do ex-deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). De acordo com a revista Veja, Funaro contou que nunca tratou de dinheiro diretamente com Temer porque essa “interface” era feita por Cunha.
“Temer participava do esquema de arrecadações de valores ilícitos dentro do PMDB. Cunha narrava as tratativas e as divisões (de propina) com Temer”, declarou. Segundo a reportagem, o delator citou dois repasses a Temer. Um deles, feito pelo grupo Bertin, no valor de R$ 1,5 milhão, e outro da JBS, de R$ 7 milhões. Funaro disse que o dinheiro da JBS foi destinado ao presidente, a Cunha e ao ex-ministro da Agricultura Antônio Andrade.
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Conforme a reportagem de Robson Bonin, o doleiro disse ainda que intermediou um pagamento de R$ 5 milhões de Henrique Constantino, do Grupo Constantino, à campanha do então deputado Gabriel Chalita à prefeitura de São Paulo, em 2012.
A delação de Funaro era das mais aguardadas devido ao papel central do doleiro como operador do PMDB, encarregado de fazer a ligação entre empresários e políticos em esquema de corrupção. O presidente sempre negou ter conhecimento dos crimes atribuídos a Eduardo Cunha e diz que jamais recebeu ou intermediou repasses ilícitos.
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