A luta contra a reforma da Previdência está nas redes
As manifestações nas ruas contra a reforma da Previdência deram uma mostra de que os movimentos sociais organizados estão atuantes e alertas. Os protestos foram em várias capitais, mas a chamada “greve geral” teve maior concentração em São Paulo, com paralisação parcial de metrô e ônibus, e com discurso de Lula. No Rio, os manifestantes tomaram a Av. Presidente Vargas e no final houve confusão entre um grupo reduzido e a guarda municipal, resultando em pelo menos três feridos.
O governo tenta se fazer de mouco e parece ainda não ter se dado conta de que a verdadeira contrarreforma está acontecendo nas redes sociais. É lá que se dá o jogo de versões e contraversões.
Leia também
O poder das mídias digitais de influenciar multidões já está visível. A narrativa que o brasileiro nunca mais vai se aposentar se consolida com a rapidez de tudo o que é compartilhado nas redes sociais.
Como se estivesse lutando em campo errado, o governo tenta desconstruir na mídia tradicional as versões disseminadas nas redes sociais. Temer abre as portas do Planalto para arregimentar parlamentares a votar a favor da reforma da Previdência. Como político experiente, o presidente sabe a dificuldade para deputados da base governista conseguirem se eleger se votarem regras duras como as propostas na reforma atual. No entanto, o Brasil de hoje já deu provas de que a sociedade pressiona o Congresso. E a pressão vem das redes sociais.
Talvez por ter mensurado o poder influenciador das mídias sociais, o relator da reforma da Previdência, deputado Arthur Maia (PPS-BA), resolveu atacar: “As inverdades são repetidas de maneira maciça, isso é uma prática do nazismo. A mentira repetida, repetida e repetida se transforma em verdade. E é o que está acontecendo nas redes sociais”.
‘Não vou falar sobre o que não existe’, diz Padilha sobre acusações
A afirmação categórica do ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, passa ao largo do dever de autoridades públicas prestarem contas de seus atos à sociedade. Ele sabe que a Lava Jato, maior investigação de corrupção já feita no Brasil, existe, sim, há três anos, e ameaça grande parte do mundo político e empresarial.
A operação contabiliza 91 prisões preventivas e 101 temporárias. Já foram instaurados mais de 1.434 procedimentos e 730 buscas e apreensões. Segundo balanço feito pela Procuradoria Geral da República, são 125 condenações que somam 1.317 anos e 21 dias de pena.
O nome de Padilha foi citado por delatores da Odebrecht e pelo amigo e ex-assessor da Presidência José Yunes, que afirmou aos procuradores ter servido de “mula involuntária” de Padilha.
No retorno ao trabalho depois de ausência médica, o ministro buscou socorro na conhecida metáfora futebolística “em time que está ganhando não se mexe”, para reforçar sua falta de disposição em deixar o cargo e, assim, perder o foro privilegiado.
Ministros são agentes públicos. E não devem esquecer outro antigo provérbio, sempre associado a questões de reputação: “À mulher de Cesar não basta ser honesta, deve parecer honesta”.
Procurador esquece gravata e juiz ameaça suspender audiência
A ausência de gravata no traje do procurador Hugo Fidelis Batista quase causou a suspensão da audiência pelo juiz Luiz Henrique Marques da Rocha. O magistrado negou-se a começar a sessão alegando que o representante da Procuradoria-Geral do DF estava sem o acessório. O uso de gravata não é obrigatório, mesmo assim o debate se estendeu por cerca de 30 minutos. O magistrado defendeu “costume e tradição” em documento.
O episódio foi registrado em ata e encaminhado à Procuradoria-Geral do DF e para a Ordem dos Advogados do Brasil e gerou muitos comentários nas redes sociais.
Atitudes como a do juiz só servem para impactar negativamente a imagem da magistratura. Em tempo de sociedade conectada em rede, em que tudo é debatido nas mídias sociais em tempo real, agentes públicos devem ter cuidado em não se envolver em polêmicas desnecessárias que respingam na reputação de toda a classe.
Querer exigir o uso de terno e gravata mesmo sem a obrigatoriedade é uma postura que impacta de forma negativa a imagem da magistratura. Agentes públicos têm que evitar gerar polêmicas desnecessárias que só servem para respingar na reputação da classe.
Seria a volta do Orkut?
Você sente saudades daquela rede social com depoimentos de seus amigos na sua timeline? O fundador do antigo Orkut lança a Hello, nova rede social com o propósito de unir as pessoas e seus hobbies novamente. Segundo Orkut Büyükkökten, as mídias sociais predominantes perderam seu propósito essencial de conectar pessoas e, hoje, elas são experiências digitais solitárias. O foco de Orkut é transformar a Hello em conceito de rede social feliz e calorosa, e já conta com 270 mil downloads.