O presidente Michel Temer (PMDB) foi convidado pelo Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), que tem o ministro Gilmar Mendes como um dos sócios, para realizar a abertura de um seminário patrocinado pelo governo. Gilmar Mendes, além ser o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que julgará a chapa Dilma Rousseff-Michel Temer na próxima semana, também participa da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), turma responsável por julgar os casos envolvendo a Operação Lava Jato.
Temer, desde o dia 18 de maio, passou a ser investigado no Supremo por corrupção passiva, obstrução à Justiça e organização criminosa. O evento intitulado “7º Seminário Internacional de Direito Administrativo e Administração Pública – Segurança Pública a Partir do Sistema Prisional” será realizado nos dias 20 e 21 de junho.
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Conforme reportagem publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, além do Governo Federal, a Caixa Econômica Federal é uma das patrocinadoras e contribuirá com R$ 90 mil. Apesar de estampar as duas logos como patrocinadoras do evento, ao jornal, a assessoria da Presidência informou que a participação do governo é por meio da Caixa.
Na cerimônia de abertura, que ocorrerá das 19h às 20h30 do dia 20 de junho, também participarão os ministros da Defesa, Raul Jungmann, e da Justiça, Torquato Jardim. O Ministro Gilmar Mendes também estará na cerimônia. “Os desafios contemporâneos de Segurança Pública no Brasil” será o tema destaque da abertura.
Outros ministros do Supremo também participarão dos debates, como a ministra Cármem Lúcia e o ministro Alexandre de Moraes. O diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, responsável pela condução da Operação Lava Jato na PF, também será um dos palestrantes. O governador do Distrito Federal ,Rodrigo Rollemberg, e o general Sergio Etchegoyen, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) também participarão, bem como outras figuras públicas.
Proximidade de Gilmar com políticos
PublicidadeO presidente Michel Temer recebeu no Palácio do Planalto, no dia 15 de março, os presidentes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE). Na ocasião, o encontro foi marcado, conforme divulgado pelo Planalto, para para discutir reforma política e financiamento de campanhas eleitorais.
A reunião ocorreu um dia após o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pedir ao Supremo a abertura de 83 inquéritos contra políticos com foro na corte, da qual Gilmar também faz parte. Maia e Eunício estão entre os alvos de pedido de investigação com base nas delações da Odebrecht. Também se deu no momento em que o Congresso discutia a anistia para crime de caixa dois.
Já na noite do mesmo dia, Gilmar recebeu para um jantar, em sua residência, políticos delatados na Operação Lava Jato. O encontro foi marcado para discutir a reforma política e, ao mesmo tempo, comemorar os 75 anos do senador José Serra (PSDB-SP). O presidente Michel Temer, alvo de uma ação que pode cassar o seu mandato no tribunal presidido por Gilmar, também participou da confraternização.
Além de Temer e Serra, estavam entre os convidados os presidentes Eunício, Rodrigo Maia, os senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e José Agripino Maia (DEM-RN) – Na ocasião, todos alvos da delação da Odebrecht e de pedidos de abertura de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF). Entre outros presentes, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Mauro Campbell e embaixadores. Depois disso, novas denúncias foram relatadas pelos irmãos Joesley Batista e Wesley Batista, donos da JBS. Em decorrência da delação dos empresários, Temer passou a ser um dos alvos do STF, com uma investigação em curso na Corte.
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