Em sua primeira aparição oficial no país após sua efetivação no cargo, o presidente Michel Temer foi recebido com vaias, gritos de “fora, Temer” e aplausos para o desfile de 7 de Setembro na Esplanada dos Ministérios. Temer dispensou a faixa presidencial e o uso do carro aberto oficial para participar da cerimônia. As vaias e os gritos de “fora” foram respondidos por defensores do peemedebista com o coro “a nossa bandeira jamais será vermelha”, em alusão aos petistas e apoiadores da ex-presidente Dilma Rousseff. Protestos contra o novo presidente e atos em defesa de Temer estão programados para a Esplanada nesta quarta-feira.
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O presidente chegou acompanhado à tribuna de sua esposa, a primeira-dama Marcela Temer, e pronunciou ao microfone apenas duas palavras “autorização concedida”, ao ser convidado pelo comandante militar do Planalto a dar início ao desfile. Diversas autoridades estão na tribuna de honra, como o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e os ministros Raul Jungmann, da Defesa, Alexandre de Moraes, da Justiça, e Eliseu Padilha, da Casa Civil.
O protesto encabeçado pelos grupos NasRuas, Rua Brasil e Bloco Pró-Impeachment promete levar cartazes contra a manutenção dos direitos políticos da ex-presidente. “Nosso propósito é apoiar o novo governo e cobrar mudança em relação ao fatiamento do processo de impeachment da senhora ex-presidente”, explica a militante pró-impeachment Kelly Bolsonaro. Ainda sem estipular uma expectativa de público, a organizadora crê que contará com um número de participantes maior do que nos últimos desfiles.
Já o lado vermelho dos protestos, que vem crescendo em capitais como Brasília e São Paulo, marcou atos em todas as grandes metrópoles brasileiras. Segundo Lucio Centeno, secretário-executivo da Frente Brasil Popular, o feriado marcará o primeiro ato nacional dos movimentos contrários a Michel Temer após a consolidação do processo de impeachment. “A orientação é somar, construir em conjunto com os atos que já ocorrem historicamente no dia 7 de setembro, como o Grito dos Excluídos, reforçando esse ato e colocando a pauta do ‘Fora Temer’ como centralidade”, explica Lucio.
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