“Vamos esperar. Em 2018, vamos lançar um candidato [à sucessão de Dilma]. Temos grandes nomes no PMDB, mas não eu. Estou encerrando minha vida pública”, justificou o presidente nacional do PMDB, cujo discurso no evento, em um hotel de Brasília, foi interrompido mais cedo por manifestantes pró-impeachment de Dilma aos gritos de “Temer presidente”.
Na ocasião, Temer se limitou a dizer que, por enquanto, não cogita a Presidência da República, sinalizando que poderia fazê-lo mais adiante. Em seu discurso, Temer afirmou que o documento intitulado Programa Uma Ponte para o Futuro, conjunto de propostas que o PMDB formulou com alternativa para o enfrentamento da crise econômica. O material, divulgado no final de outubro e mote do encontro partidário, não tem viés eleitoral, destacou o vice-presidente, mas serve como “contribuição” para o debate sobre os rumos do país. “Esse programa pode ser uma contribuição para o governo a que eu pertenço para retomar o crescimento, a estabilidade”, acrescentou.
Para Temer, o governo deve recorrer a mudanças estruturais, e não meramente “cosméticas”, para tentar superar o momento desfavorável na economia. “Devemos escolher nossas prioridades. Temos que equilibrar nossas contas públicas e realizar adequações nos gastos para permitir o controle da inflação, a queda dos juros e a retomada da capacidade de investimento, o mais rapidamente possível. Temos que ter coragem de não fugirmos desta luta, de não encolhermos diante de qualquer demagogia fácil. A sociedade brasileira exige ousadia e demanda um Estado moderno, ágil e eficaz”, discurso o cacique peemedebista.
Durante o evento, a maioria dos discursos feitos por lideranças partidárias de todo o país defendeu o rompimento imediato da aliança com o Partido dos Trabalhadores e o lançamento de candidatura própria para 2018. Ao lado de Temer na mesa do evento estavam os presidentes do Senado, Renan Calheiros (AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), além de senadores como Romero Jucá (RR) e Valdir Raupp (TO) e o presidente da Fundação Ulysses Guimarães, o ex-ministro da Secretaria de Aviação Civil Moreira Franco.
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