O presidente Michel Temer (PMDB) sofreu novo revés político neste domingo (21). A maioria dos parlamentares convidados por ele para jantar no Palácio da Alvorada nesta noite declinou da oferta. A intenção de Temer era reunir aliados para demonstrar força e buscar apoio no Congresso para enfrentar o pior momento de sua carreira política. O convite foi feito pelo ministro Antonio Imbassahy, da Secretaria de Governo. Poucos parlamentares, porém, aceitaram se encontrar com o presidente, que enfrenta um inquérito por corrupção, obstrução da Justiça e participação em organização criminosa, debandada em sua base, pedidos de impeachment e apelos para renunciar ao mandato.
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Devido ao baixo quórum, o jantar foi transformado em um encontro informal de aliados. O presidente está reunido, neste momento, com alguns de seus ministros mais próximos, como Eliseu Padilha (Casa Civil), Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência), Osmar Serraglio (Justiça) e Raul Jungmann (Defesa). Também são esperados outros auxiliares como Maurício Quintella (Transportes) e Helder Barbalho (Integração Nacional).
A ausência de lideranças e ministros do PSDB e do DEM é um mau sinal para Temer. Os dois partidos discutem deixar a base governista para cobrar a renúncia do presidente e, conforme o caso, até apoiar o impeachment dele. Ontem o PSB decidiu, formalmente, romper com Temer. O Podemos (antigo PTN) e o PPS já haviam tomado a decisão.
Acuado pela divulgação de áudios e dos depoimentos do empresário Joesley Batista, da JBS, Michel Temer tenta ganhar tempo. Seus advogados recorreram ontem ao Supremo Tribunal Federal (STF) para pedir a suspensão do inquérito até que seja feita uma perícia nas gravações entregues por Joesley. O relator, ministro Edson Fachin, determinou a realização do exame pericial no material, mas resolveu submeter ao plenário do Supremo o pedido para suspender a investigação. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, concordou com a perícia, mas opinou contra a interrupção do inquérito.
No pronunciamento que fez nesse sábado, Temer atacou seu delator, a quem acusou de “falastrão” e de “criminoso”, e contestou a autenticidade da gravação que o compromete. Mas deixou vários pontos sem resposta, como mostrou o Congresso em Foco.
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