O presidente Michel Temer disse na tarde desta segunda-feira (24), em seu perfil no Twitter, que após as eleições, buscará fazer a reforma previdenciária. Temer publicou uma série de tuítes depois de comparecer a uma reunião-almoço com empresários promovida pela Câmara de Comércio dos EUA, em Nova York. O conteúdo das mensagens publicadas na rede social foi dito em discurso aos empresários, durante o encontro.
Quero anunciar que, passadas as eleições, buscarei fazer a reforma da Previdência. O déficit previdenciário é elevado demais. Não podemos legar, a nossos filhos e netos, um sistema de Previdência sob ameaça, nem um orçamento que seja quase todo tomado por gastos previdenciários.
— Michel Temer (@MichelTemer) 24 de setembro de 2018
O presidente está em viagem aos EUA para participar da cerimônia de abertura da 73ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
Para o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), coordenador parlamentar do candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, não há chance de ser votada nenhuma reforma neste ano. Segundo Onyx, uma agenda de reformas é tema de um novo governo e tem que ser feita após a transição.
“Não acontece nada daqui até o final do ano. O Temer não terá nenhuma condição de fazer nada. Se hoje ele já está tomando café frio, daqui a pouco ele estará tomando café gelado. Isso não vai adiante”, afirmou o deputado.
Já o senador Paulo Paim (PT-RS), que presidiu a CPI da Previdência em 2017, criticou a ideia de retomada da reforma previdenciária. Segundo Paim, a reforma não é necessária. “O superávit [da Previdência Social] em 15 anos foi de R$ 2,1 trilhões. Portanto, tem dinheiro para pagar as aposentadorias. O problema é de gestão, desvios, sonegações, apropriação indébita, roubalheira”, disse.
Tuítes presidenciais
No Twitter, o presidente afirmou que o Brasil passou pela maior crise econômica de sua história, encarada e vencida por seu governo. “Vencemos a crise”, disse, elencando em seguida resultados: “A inflação está novamente sob controle. A taxa básica de juros recuou ao mais baixo patamar da série histórica. A economia brasileira retomou o caminho do crescimento. Os empregos estão voltando”.
Todos aqui sabem, também, que o Brasil atravessou, em passado recente, a maior crise econômica de sua história, crise de origem sobretudo fiscal. Vencemos a crise. Nada escondemos da população. Identificamos os problemas e os encaramos de frente, um a um.
— Michel Temer (@MichelTemer) 24 de setembro de 2018
Os resultados estão aí. A inflação está novamente sob controle. A taxa básica de juros recuou ao mais baixo patamar da série histórica. A economia brasileira retomou o caminho do crescimento. Os empregos estão voltando.
— Michel Temer (@MichelTemer) 24 de setembro de 2018
Ainda na sequência de postagens na rede social, Temer comentou o processo eleitoral. Disse que os principais candidatos na disputa pela Presidência discordam em muita coisa, mas “nenhum põe em dúvida a democracia” e “nenhum questiona a responsabilidade fiscal”. Segundo o emedebista, “abstraída a retórica eleitoral, podemos afirmar que não haverá volta atrás nas reformas que temos empreendido”.
Isso só faz fortalecer essa agenda. Afinal, a nossa é agenda que reflete, justamente, aqueles consensos. Assim, abstraída a retórica eleitoral, podemos afirmar que não haverá volta atrás nas reformas que temos empreendido.
— Michel Temer (@MichelTemer) 24 de setembro de 2018
Entre os principais candidatos ao Planalto, porém, ao menos dois já prometeram revogar reformas do governo de Michel Temer. O petista Fernando Haddad, declarou que se for eleito revogará as reformas trabalhista e do ensino médio e a emenda do teto dos gastos. Ciro Gomes (PDT) também já prometeu revogar todas as reformar aprovadas na gestão Temer se vencer a eleição.
Michel Temer na ONU
O presidente viajou aos EUA no domingo (23) para participar da abertura da Assembleia Geral da ONU, na terça-feira (25), em Nova York. Por tradição, desde 1949, o presidente do Brasil é o primeiro a discursar, abrindo o debate geral da assembleia.
Em seu discurso, Temer abordará os temas sobre direitos humanos, reforma do Conselho de Segurança, objetivos do desenvolvimento sustentável, desarmamento e não proliferação de armas e mudança climática.