O Tribunal de Contas da União também está investigando a Petrobras. De acordo com o jornal o Estado de S. Paulo, a área técnica do tribunal encontrou indícios de pagamentos indevidos nos contratos para a construção das plataformas P-52 e P-54 que teriam gerado um desvio de US$ 170 milhões.
O TCU acredita que foram feitos pagamentos “indevidos” para corrigir a desvalorização do dólar, moeda usada nos contratos, perante o real. Correções essas que não poderiam ter sido feitas, porque os contratos para construção das duas plataformas, conforme os técnicos do TCU explicaram ao Estadão, estabeleciam que qualquer pedido de revisão de preços por parte das empresas contratadas teria de ser desconsiderado.
As irregularidades não são citadas na Operação Águas Profundas da Polícia Federal. A Petrobras recebeu o relatório do TCU ontem (12) e terá cinco dias para apresentar as respostas aos questionamentos do tribunal.
Águas Profundas
Também ontem, a estatal demitiu dois funcionários acusados de participação no esquema de fraudes em licitações investigado pela Polícia Federal na Operação Águas Profundas. Os dois estavam entre os 18 acusados que tiveram prisão preventiva decretada e foram demitidos por justa causa.
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A polícia apurou que havia um esquema de fraude em licitações envolvendo três empresas que prestam serviços para a estatal, além do desvio de recursos para ONGs.
Durante as investigações, a PF também descobriu que as empresas acusadas de participação no esquema doaram R$1,7 milhão para campanhas do PT (leia mais).
O ministro da Justiça, Tarso Genro, negou, porém, que a operação da PF esteja investigando doações de campanhas.
"É necessário deixar bem claro que a Polícia Federal foi demandada pela direção da Petrobras, quando esta teve a informação de que ocorriam irregularidades, e aí o serviço de segurança da Petrobras trabalhou de maneira articulada com a PF", disse o ministro à Folha de S. Paulo. "A PF não investiga partidos ou contas de campanha. A PF investiga delitos", acrescentou.
Para a ministra Dilma Rousseff, chefe da Casa Civil, as investigações da PFnão abalam a imagem da Petrobras, pois demonstram que a estatal está interessada em combater as irregularidades. (Soraia Costa)