O Banco Central (BC) reajustou nesta quarta-feira (3), pela sexta vez consecutiva, a taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia), que define os juros básicos da economia. Em decisão unânime, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC redefiniu o índice em 0,5 ponto percentual, para 13,75% ao ano. Com o anúncio, o Copom mantém a tendência de alta definida na reunião anterior, no fim de abril, quando o reajuste foi de 0,5 ponto percentual, e faz a Selic retornar ao nível de janeiro de 2009 (13,75% ao ano).
Embora seja o principal mecanismo do BC para controlar a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), há quem a estratégia é equivocada em tempos de ajuste fiscal. Com a alta dos juros, avaliam os economista, inibe-se o investimento e, consequentemente, a retomada do crescimento. Parte do governo e defensores na atual política monetária do BC dizem que o ciclo de aperto monetário vai levar a inflação para o centro da meta, resultado esperado para o final de 2016.
O Conselho Monetário Nacional estabelece, oficialmente, a meta inflacionária em 4,5%, com margem de tolerância de dois pontos percentuais, com teto fixado em 6,5%. Mas, depois de anunciado o contingenciamento do Orçamento de 2015, o governo prevê que o IPCA encerre o ano em 8,26%.
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Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA acumula 8,17% nos 12 meses, em ciclos encerrados em abril. Já o boletim Focus, pesquisa feita junto ao mercado financeiro e semanalmente divulgada pelo Banco Central, o IPCA terminará 2015 em 8,39%. Segundo o instituto, a inflação sofre pressão do aumento dos preços administrados em setores como energia e combustíveis.
Especialistas avaliam que, em épocas de ajuste fiscal, o aumento da taxa Selic detém a economia, que transcorrerá um ano de recessão em 2015, com redução nos níveis de produção e consumo. Ainda segundo o boletim Focus, observadores do mercado estimam contração de 1,27% no Produto Interno Bruto (PIB) deste ano.
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