O presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), disse hoje, em entrevista à Rádio AM do Povo, de Fortaleza, que o pré-candidato tucano à presidência, Geraldo Alckmin, vai melhor seu desempenho eleitoral quando a campanha começar. Esta semana, três pesquisas eleitorais – Datafolha, Ibope e Vox Populli – apontaram Alckmin, mesmo sem a campanha ter iniciado, com um patamar de 20% de intenções de voto, enquanto o presidente Lula estaria matematicamente eleito no primeiro turno.
“Por lei, não podemos ter comitê, fazer cartaz, reuniões ao ar livre, ou seja, não podemos fazer campanha mesmo. Enquanto isso, nosso adversário, que é presidente e foi candidato em todas as eleições recentes tem um lastro enorme e histórico em campanhas, está fazendo a maior veiculação de publicidade oficial da história. Assim, considero que os números aumentarão bastante quando a população tiver acesso aos nossos projetos e idéias para o Brasil”, avaliou Tasso.
O presidente do PSDB traçou o perfil do que, na opinião dele, deveria ser um líder ideal para o País. E disse: “O Brasil não precisa de um líder carismático.” De acordo com Tasso, cada vez menos os países desenvolvidos precisam de líderes carismáticos. “O nosso discurso é o da competência. Não considero o José Serra, o Fernando Henrique, o Geraldo Alckmin e o Aécio Neves carismáticos. Eu também não me acho carismático”, comentou.
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Retrocesso na América Latina
Ainda durante a entrevista, Tasso classificou de retrocesso o que está acontecendo na América Latina. “Especialmente com Hugo Chaves, na Venezuela e Evo Morales, na Bolívia, que são carismáticos nos seus países, mas baseados em discursos irracionais, sem lógica e sem fundamento na base real, levando seus países a um primeiro momento de felicidade e depois, a momentos catastróficos”, comentou o tucano.
Sobre o presidente Lula, Tasso afirmou que na campanha de 2002 ele era um mito. “No segundo turno, então, ele foi santificado. Não se podia falar mal dele de jeito nenhum que todo mundo ficava indignado”, disse Tasso. Mas que agora com todos os escândalos envolvendo o PT, essa imagem foi desconstruída. “Não vejo mais o Lula como um mito e nem com a imagem de santo que tinha em 2002. E eu sempre digo que a população não deve votar pela emoção”, finalizou.