O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, afirmou hoje (25) que o governo não vai impor as reformas política e tributária ao Congresso Nacional. Segundo ele, o presidente Lula "não depende" das duas reformas "para governar".
"Qualquer governo, seja do presidente Lula ou de outra pessoa, teria condições de governar nos próximos quatro anos. Não há perigo institucional se a reforma política e a tributária não forem feitas", declarou.
De acordo com reportagem de Andreza Matais, da Folha Online, o ministro observou que as reformas são "fundamentais para o futuro do país". No entanto, ele ressalta que Lula não pretende criar uma disputa com o Congresso caso não haja apoio para aprová-las.
"O governo não quer fazer chantagem. É uma reforma que depende do apoio do Parlamento. [Não aprová-la] não significará crise no governo", afirmou.
"Vamos pedir para os presidentes da Câmara e do Senado proporem uma agenda de discussão da reforma política, que o governo não pretende protagonizar, ser o coordenador deste processo", complementou.
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Reunião
O ministro comunicou que Lula convocou os presidentes dos partidos aliados para participar da reunião do conselho político do governo, na próxima terça-feira (30), que irá tratar da implantação do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). O objetivo é pedir apoio para que as medidas sejam aprovadas rapidamente pelo Congresso.
Tarso sinalizou que não há disposição do governo para discutir as medidas. "Nós não pretendemos modificar [a lista de] obras [que receberão investimentos] e as medidas econômicas que dão sustentação ao programa", disse.
Contudo, o ministro reconheceu que será preciso negociar com os partidos para aprovar as sete medidas provisórias e os cinco projetos referentes ao PAC encaminhados ao Congresso. "Medidas dessa natureza só podem ser aprovadas através de acordo", afirmou.