A deputada Tabata Amaral (PDT-SP) vai entrar com uma ação na Justiça Eleitoral para tentar sair do PDT sem perder o mandato. Suspensa pelo partido desde que votou a favor da reforma da Previdência, ela reclama que não tem conseguido atuar de forma efetiva na Câmara por conta dessa punição e, por isso, vai reivindicar o mandato à Justiça.
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“O PDT deixou de ser o meu partido”, revelou a deputada Tabata Amaral, durante o programa Roda Viva desta segunda-feira (14). Ela contou que vai entrar com a ação já na manhã desta terça-feira (15), junto com outros deputados do PDT e do PSB, igualmente suspensos pelo voto a favor da reforma da Previdência. Entre eles, Felipe Rigoni (PSB-ES), que participa do Movimento Acredito junto com Tabata.
Ela explicou que, ao suspender os deputados que votaram a favor da reforma da Previdência, o PDT disse que faria o julgamento desses parlamentares num prazo de dois meses. Passados três meses, porém, a sigla ainda não informou quando a situação desses deputados será definida. Por isso, os deputados seguem suspensos. Isto é, sem poder participar de comissões, assumir relatorias nem exercer o tempo de discurso do partido na Câmara.
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“Passados dois meses, enviei uma carta ao presidente Lupi pedindo o julgamento. Nenhuma resposta. Passado mais um mês, tomei essa decisão”, anunciou Tabata, explicando que, por conta dessa punição, não está conseguindo “atuar de forma 100% efetiva” na Câmara.
Ela contou que precisou pedir ao PTB uma vaga na Comissão de Educação para poder ser a relatora de um projeto que garante recursos para as universidades e viu os programas nos quais estava trabalhando em São Paulo para aumentar a presença de mulheres e construir o código de ética do PDT serem paralisados.
“Eu estava construindo o partido. Mas isso tudo foi cancelado. […] Não há nenhum diálogo com o PDT. Fizemos uma carta pedindo que dissessem quando seria o julgamento e não tivemos resposta. Não participamos de reunião de bancada, não podemos pedir relatoria nem participar de comissões. Não há nenhum diálogo”, relatou a deputada, dizendo que tem tido que pedir ajuda a outros partidos, como o PTB, para poder participar de algumas atividades parlamentares.
Apesar de ter decidido sair do PDT e de admitir estar em contato com diversos partidos na Câmara, Tabata garantiu que ainda não conversou com nenhuma sigla sobre uma possível filiação. “Não tenho ideia de para onde vou”, assegurou. Ela frisou apenas que, se conseguir sair do PDT sem perder o mandato, só irá para um novo partido com duas condições: a a de poder defender a sua visão de mundo centro-esquerda, que alia o social ao desenvolvimento econômica, e a de poder construir um partido mais ético, democrático e transparente.
Tabata sugeriu, por sinal, que, no caso da reforma da Previdência, faltou transparência ao PDT. Para ela, o texto aprovado pela Câmara é parecido à proposta de reforma da Previdência defendida durante Ciro Gomes nas eleições do ano passado, já que os deputados conseguiram tirar pontos relevantes da proposta original do governo Bolsonaro, como a capitalização e o BPC. Foram essas mudanças, segundo ela, que a fez votar a favor da reforma. “Para se eleger no próximo pleito, você mente e faz diferente do que disse que faria”, atacou Tabata.
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