Mário Coelho
O Supremo Tribunal Federal (STF) abriu um inquérito para investigar o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) por tráfico de influência e improbidade administrativa. O pedido foi feito em 19 de julho pela Procuradoria Geral da República (PGR). O caso, que corre em segredo de Justiça, será relatado pela ministra Carmen Lúcia. Caso, durante as investigações, apareçam indícios contra o peemedebista, ele pode virar réu em uma ação penal no Supremo.
De acordo com a PGR, uma denúncia foi levada ao órgão em 2008. A partir daí, promotores passaram a analisar os documentos e informações repassadas ao Ministério Público. Após a investigação inicial, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, resolveu pedir a abertura de inquérito no STF. O processo tem cinco volumes e 1.131 páginas. O site não conseguiu contato com o peemedebista.
Há três anos, o senador alagoano foi alvo de investigação a partir da denúncia de que receberia ajuda financeira de uma empreiteira para bancar despesas de uma jornalista com quem teve uma filha fora do casamento. Por conta da denúncia, sofreu processo de cassação por quebra de decoro parlamentar no Senado, tornando-se o primeiro presidente da Casa a se submeter à investigação dos colegas. Acabou absolvido.
Em março, Renan envolveu-se em outra polêmica no Senado. Ele recontratou uma servidora exonerada ano passado pelo presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), acusada de receber dos cofres públicos sem trabalhar. Vânia Lins Uchôa Lopes está lotada no gabinete de Renan desde setembro, três meses após ter sido dispensada por Sarney da presidência. A assessora é casada com Ildefonso Tito Uchôa, primo de Renan e apontado como laranja do senador em emissoras de rádio em Alagoas.