Fábio Góis
O petista Eduardo Suplicy (SP) voltou a usar a cor vermelha para surpreender a todos no Senado. Depois de “expulsar” com um cartão vermelho o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), e o primeiro-secretário, Heráclito Fortes (DEM-PI), o ex-boxeur vestiu uma sunga vermelha por cima do terno e, em pleno Salão Azul, andou alguns metros com a peça de banho – e, obviamente, foi flagrado em fotos e imagens de TV.
Suplicy dá cartão vermelho a Sarney…
… e a Heráclito Fortes
Suplicy protagonizou a cena a pedido da modelo Sabrina Sato, que faz as vezes de apresentadora do programa Pânico na TV, da Rede TV!. O senador explicou que a própria Sabrina, que tem visitado o Senado às quartas-feiras em busca de matérias irreverentes, o ajudou a vestir “o calção”, o qual usou por “menos de um minuto”. Para ele, não há quebra de decoro em uma “brincadeira”.
“Ela me entrevistou com muito bom humor”, disse Suplicy ao Congresso em Foco, explicando que Sabrina estava em busca de um “senador super-herói”. “Ela colocou rapidamente o calção nas minhas pernas. Perguntei para as pessoas que nos assistiam se alguma se sentiria ofendida. Ninguém disse que ficaria ofendido”, completou o senador, estendendo a pergunta ao repórter.
Antes de vestir a sunga, o senador lembrou a Sabrina o caso do deputado Barreto Pinto (PTB), primeiro deputado a ser cassado na história do país, o que aconteceu na antiga Câmara federal, no Rio de Janeiro, em 1949 – e justamente porque posou para fotos de cueca (a antiga “ceroula”), fraque e sapatos. “É um caso famoso. Ele estava de ceroulas, ou sei lá o quê”, disse Suplicy.
Depois de ter apresentado à interlocutora seu projeto de renda mínima, Suplicy disse que Sabrina exclamou: “Para mim, o senhor é um super-herói!”. Foi o bastante para que o petista concordasse com a “performance” em analogia ao personagem Super-Homem, da norte-americana DC Comics. Com sua capa e sunga vermelhas – esta por cima da roupa azul –, o super-herói é um dos mais famosos personagens de quadrinhos de todos os tempos.
“Eu disse [a Sabrina] que no Senado há pessoas de extraordinário valor, que batalham com grande energia e ardor por seus ideais, suas aspirações”, arrematou o parlamentar paulista, considerando haver outros “super-heróis” no Senado.
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