Fábio Góis
A posse dos senadores do novo Congresso ainda não começou – uma reunião detém os líderes na Presidência do Senado. Ao chegar à Casa, o músico Supla, filho de dois senadores – Eduardo Suplicy (SP) e Marta Suplicy (SP), já separados –, precisou de ajuda da reportagem para encontrar o gabinete do pai. “Você me leva lá?”, perguntou à reportagem, que aproveitou a presença vistosa (ternos roxos e tênis vermelho, além dos usuais e espetados cabelos loiros) para uma rápida conversa – interrompida diversas vezes para fotos e autógrafos. E pelo encontro com a mãe, no “túnel do tempo”, corredor com peças históricas que liga alguns gabinetes e comissões ao plenário.
“Se eu fosse político… eu acho que já contribuo bastante, de alguma forma, para o povo brasileiro. A política não é necessariamente no Congresso, é nas atitudes que você tem, no dia-a-dia de todo cidadão. Desde em relação à natureza, a tudo. Se eu fosse político, acho que eu teria de abdicar de algumas coisas que eu faço. Primeiramente, focar só em ajudar a população de verdade”, discursou Supla, acompanhado do irmão João Suplicy.
O também apresentador do programa Brothers, da Rede TV!, interrompeu a caminhada para cumprimentar a mãe, que estava acompanhada da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). “Você está muito elegante!”, disse Marta, sorridente em um vestido de seda estampado.
A reportagem quis saber do artista o que ele faria se fosse político. “O pessoal fala: ‘Ah, vou ser político…’. Mas espera aí, fazer o quê? Onde está o problema? Teria de ver quais são os problemas que realmente estão acontecendo para trabalhar de verdade”, discursou Supla, apontando novamente a mãe que, ao vivo, aparecia em uma televisão instalada no corredor do gabinete do pai, em entrevista para a TV Senado. “Dá muito orgulho. Espero que minha mãe seja tão respeitada quanto ele [Suplicy], e ela já é respeitada.”
“Eles já não são mais um casal, mas são dois seres humanos que tiveram o voto do povo, que está confiando neles. Eles têm mais do que a obrigação de fazer a melhor coisa possível para o país”, continuou Supla, lamentando a “sujeira” que por vezes sai de baixo dos tapetes do Congresso. “Infelizmente. Eu não gostaria de ter esse ditado. É meio desagradável esse ditado, poderia ser um ditado totalmente diferente, na minha opinião.”
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