A economia de recursos públicos para pagar os juros da dívida foi superior a 5% do Produto Interno Bruto (PIB) nos 11 primeiros meses do ano. O Banco Central divulgou hoje (30) pela manhã que o superávit primário acumulado até novembro atingiu R$ 134,8 milhões. O resultado é 0,3% a mais do que o registrado no mesmo período do ano passado.
No acumulado em 12 meses, no entanto, o superávit primário caiu, passando de R$ 127,9 bilhões (4,48% do PIB) para R$ 123,1 bilhões (4,27% do PIB). Dessa forma, o superávit nesse período está um pouco abaixo da meta de 4,3% do Produto Interno Bruto para o ano, levando-se em consideração a reserva de 0,5% do PIB para compor o Fundo Soberano.
Setor público
Segundo o BC, o superávit primário do setor público (União, estados, municípios e estatais) somou R$ 1,9 bilhão em novembro. No mês passado, os juros nominais somaram R$ 10,9 bilhões, alta de R$ 1,6 bilhão.
Esse crescimento nos juros, de acordo com o órgão, ocorreu por causa das operações de swap cambial, vendas de dólares no mercado futuro realizadas para conter a alta da moeda norte-americana. O resultado dessas operações, desfavorável ao BC, é incorporado aos juros nominais.
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Déficit nominal
A queda dos juros da dívida pública e o aumento do superávit primário fizeram o setor público registrar o menor déficit nominal já observado. O Banco Central divulgou hoje que o déficit nominal atingiu R$ 10,8 bilhões nos 11 primeiros meses do ano, equivalente a 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB).
Esse é o melhor resultado desde que o BC começou a divulgar os números das contas públicas, em 1991. No acumulado de 12 meses, o déficit nominal somou R$ 34,7 bilhões (1,21% do PIB).
O resultado nominal inclui tanto o superávit primário, economia de recursos para pagar os juros da dívida, quanto a apropriação de juros. Atualmente, os juros estão um pouco maiores que o superávit primário, o que resulta em déficit nominal. (Mário Coelho)