O Ministério Público da Suíça encontrou cerca de US$ 5 milhões em contas em nome de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e da esposa, Cláudia Cruz, no país europeu, segundo informações do jornal O Globo. Este seria o mesmo valor que o presidente da Câmara teria recebido em propinas da Petrobras.
A denúncia afirma que o nome de Cunha, de Cláudia e de uma de suas filhas aparecem como responsáveis pela movimentação financeira. Os dados foram encaminhados às autoridades brasileiras, que vão investigar o crime de lavagem de dinheiro.
A acusação contradiz o depoimento dado por Cunha à CPI da Petrobras, em março. Na ocasião, ele negou ter contas no exterior.
O parlamentar peemedebista vem sofrendo pressão dos colegas da Câmara para falar sobre a denúncia, mas segue em silêncio sobre o assunto.
Nesta quinta-feira (1), ele cancelou uma viagem à Roma, onde iria participar do Fórum Parlamentar Itália – América Latina e Caribe, para evitar sair do país em um momento em que é investigado por denúncia aberta em abril do ano passado pela Procuradoria Geral da República (PGR). O presidente da Câmara é suspeito de receber propina por vazamento de informação privilegiada. O caso ocorreu na venda, para a Petrobras, de um campo de petróleo no Benin, na África.
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A justificativa de Cunha para o cancelamento da viagem é de que a ida à Itália tem pouca importância e faria com que ele se ausentasse do casamento do senador Romero Jucá (PMDB-RR). “Primeiro, tenho convite para o casamento do Jucá, de quem eu sou muito amigo. Achei que seria muita corrida para um evento que não tem tamanho que o justificasse”, comentou.
Em nota, o advogado de Cunha, Antonio Fernando de Souza, disse que desconhece a investigação na Suíça. Ele afirmou que está impedido de comentar sobre o assunto e só falará sobre o caso exclusivamente nos autos de processos.
Pressão da Casa
Segundo o jornal O Metro, um requerimento foi encaminhado nesta quinta-feira (01) à Mesa Diretora da Câmara por 28 deputados do Psol, Rede, PT, PSB e PMDB pedindo que Cunha se explique sobre a acusação. O grupo aguarda a decisão do STF sobre a denúncia da Lava Jato para reativar o movimento “Fora Cunha”.
O manifesto foi elaborado depois do peemedebista ignorar uma crítica do deputado Chico Alencar (Psol-RJ) no plenário. “O presidente deveria seguir o exemplo de Paulo Maluf e dizer que ‘se encontrarem um centavo em meu nome no exterior, doem para as santas casas’, mas prefere o silêncio”, comparou.