Em seu voto, o ministro Reynaldo Soares determinou a realização de perícia no aparelho de gravação ambiental utilizado pelo delator Durval Barbosa. Principal operador do esquema, gravou vídeos em que aparece entregando dinheiro a Arruda, deputados distritais e outras autoridades de Brasília. O caso também ficou conhecido como o mensalão do DEM, em referência ao partido de Arruda na época.
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A defesa do ex-governador, no entanto, contesta o uso das gravações como prova e alega que houve edição do material captado.
Embora tenha acolhido o pedido da defesa para suspender todos os interrogatórios previstos, o relator não aceitou anular todas as decisões judiciais e provas produzidas no processo. Os advogados de Arruda alegam que o juiz da 7ª Vara Criminal de Brasília que analisa as ações penais não tem imparcialidade para continuar à frente do caso.
Dinheiro no bolso
O recurso dos advogados de Arruda não chegou a ser julgado porque Felix Fischer fez um pedido de vista antecipada. Dessa forma, os advogados pediram que os interrogatórios fossem suspensos até a conclusão do julgamento do habeas corpus. “Noticiando o recorrente que o processo já se encontra na fase do interrogatório, ou seja, no último ato da instrução criminal, mostra-se prudente a suspensão do ato, até que seja concluído o julgamento pela Quinta Turma, haja vista o pedido de vista antecipada pelo ministro Felix Fischer”, disse Reynaldo da Fonseca em seu despacho.
Filmado recebendo dinheiro das mãos de Durval Barbosa, o ex-governador José Roberto Arruda sempre negou envolvimento com o esquema denunciado. Ainda assim, foi preso em caráter preventivo e renunciou ao governo do Distrito Federal antes de ter seu mandato cassado pelo Tribunal Regional do DF.
Barrado
Em 2014, Arruda lançou candidatura ao governo do Distrito Federal e chegou a liderar as pesquisas. Mas desistiu após ter sua candidatura barrada pela Justiça eleitoral com base na Lei da Ficha Limpa.
O ex-governador havia sido condenado, em 2013, por improbidade administrativa no “mensalão do DEM”. A condenação foi confirmada posteriormente pelo Tribunal de Justiça (TJ) local. O esquema consistia em compra de apoio político para a candidatura do próprio Arruda ao governo do DF, em 2006, com recursos oriundos de contratos de informática do Executivo distrital.
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