Mário Coelho
O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Fernando Gonçalves, responsável pelo Inquérito 650DF, que originou a Operação Caixa de Pandora, deve se manifestar até amanhã sobre a quebra do sigilo bancário e telefônico do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido). Segundo nota divulgada pela assessoria do STJ, o material foi encaminhado na manhã desta quinta-feira para o Ministério Público Federal (MPF).
“Após parecer do MPF, o relator deve decidir, no máximo até esta sexta-feira (18), acerca das providências que venham a ser solicitadas”, diz a nota da assessoria da corte. O novo relatório, com o produto do que foi encontrado pela PF tem 98 páginas e 34 volumes de apensos. E, entre as providências que a PF agora pede ao STJ está a quebra do sigilo bancário de Arruda e outros 35 envolvidos, entre secretários, assessores e deputados distritais.
O relatório foi entregue pessoalmente ao ministro Fernando Gonçalves. O ministro levou o relatório para casa e só deverá divulgá-lo depois de lê-lo. Porém, como ontem ocorreu sessão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o processo foi remetido ao Ministério Público Federal sem análise do ministro. A Polícia Federal, segundo reportagem da edição de hoje do jornal Folha de S. Paulo, pediu que o processo corra em sigilo.
O Inquérito 650DF revelou um esquema de propinas no Executivo e no Legislativo do DF conhecido como mensalão do Arruda. Depoimento do ex-secretário de Relações Institucionais do GDF Durval Barbosa revelou também que o dinheiro era usado para comprar o apoio de deputados da base aliada. Além disso, que Arruda, seu vice, Paulo Octávio (DEM), e secretários de Estado também recebiam propinas de empresas prestadoras de serviço e de informática com contratos no governo.
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