O Supremo Tribunal Federal (STF) negou há pouco o pedido do delegado federal Protógenes Queiroz para adiar seu depoimento na CPI dos Grampos da Câmara. Com a decisão do STF, o depoimento de Protógenes no colegiado, marcado para às 14h30, está mantido.
Protógenes alega que não pode faltar ao curso de especialização que participa na Academia Nacional de Polícia, em Brasília. Por meio de seu advogado, ele entrou na noite de ontem com uma liminar no STF pedindo para prestar depoimento após concluir o curso, que terminará no próximo dia 22. Segundo o advogado de Protógenes, “a ausência poderá acarretar-lhe dano absolutamente irreparável, relativamente a falta que não é aceitável”.
Responsável pela Operação Satiagraha, Protógenes saiu da investigação após a prisão do banqueiro Daniel Dantas, dono do grupo Opportunity; do investidor Naji Nahas; e do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta. Eles são acusados de crimes financeiros.
A CPI, que já havia programado uma cronologia de depoimentos, considera indispensável o depoimento de Protógenes para, a partir dele, questionar Daniel Dantas. “É evidente que tem vários elementos na comissão para questionar o Daniel Dantas, mas o depoimento dele [Protógenes] inegavelmente constituiu um roteiro importante”, avalia o deputado Nelson Pellegrino (PT-BA), relator da CPI.
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O banqueiro vai depor na CPI no dia 13 de agosto. Os parlamentares querem ouví-lo a respeito de supostos grampos clandestinos. Além disso, a oposição deve aproveitar para esclarecer a relação do banqueiro com o ex-deputado petista Luiz Eduardo Greenhalgh (SP) e o chefe de gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho.
Por sua vez, o juiz Fausto de Sanctis, que autorizou as prisões da Operação Satiagraha, vai depor no colegiado no próximo dia 12. (Rodolfo Torres)