O presidente do Conselho de Ética da Câmara, Ricardo Izar (PTB-SP), protestou contra o mandado de segurança impetrado nesta tarde no Supremo Tribunal Federal (STF) pelo deputado e ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT-SP). O petista pediu a suspensão do processo de cassação em curso contra ele no conselho. Izar afirmou que uma eventual liminar do Supremo seria uma interferência do Judiciário no Poder Legislativo.
“Eu espero que o Supremo não atenda. Seria uma interferência indevida de um poder no outro”, afirmou. O processo contra Dirceu foi aberto a partir de uma representação apresentada pelo PTB. O partido alega que o ex-ministro foi o articulador do mensalão – suposto pagamento de mesadas a parlamentares – e negociou com dirigentes bancários a concessão de empréstimos para que o empresário Marcos Valério repassasse dinheiro ao PT.
O parlamentar sustenta que as denúncias referem-se a fatos ocorridos no período em que ele estava licenciado do mandato de deputado, como ministro da Casa Civil. Por isso, argumenta Dirceu, não pode ser condenado por quebra de decoro parlamentar. O relator do mandado de segurança do STF deve ser sorteado ainda nesta quarta-feira.
Leia também
Romaria
Dirceu está a ponto de ver seu nome em outro processo no Conselho de Ética, desta vez acusado pelas CPIs dos Correios e do Mensalão. Ele é citado, junto com outros 15 parlamentares, em um relatório conjunto das comissões por envolvimento no esquema do mensalão.
A Corregedoria da Câmara recebeu os nomes dos parlamentares e decide hoje se recomenda ou não à Mesa Diretora que peça a abertura de processo no Conselho de Ética contra eles. Por volta das 16h, deputados listados foram ao gabinete do relator da Corregedoria, deputado Robson Tuma (PFL-SP), para pedir que ele não solicite a cassação de seus mandatos.