O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki homologou na última quinta-feira (14) a delação premiada do ex-chefe de gabinete do senador Delcídio do Amaral (MS) Diogo Ferreira. A informação é do site da revista Época. No acordo, Diogo reforça as declarações do senador de que a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula tentaram atrapalhar o andamento da Operação Lava Jato.
Diogo foi preso no mesmo dia que Delcídio e, assim como o ex-chefe, passou três meses na prisão. Eles são acusados de tentar obstruir as investigações com a oferta de dinheiro e plano de fuga para o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, em troca de que ele não fizesse acordo de delação.
De acordo com a decisão do ministro, Diogo confirmou que foi informado sobre o teor da conversa entre Dilma e Delcídio, na qual, segundo o ex-líder do governo, a petista revelou a intenção de indicar o advogado Marcelo Navarro para o Superior Tribunal de Justiça (STJ) com o objetivo de proteger executivos da Odebrecht e da Andrade Gutierrez. A informação consta da delação de Delcídio, homologada em março. Ambos também citam o ministro José Eduardo Cardozo, à época ministro da Justiça e hoje da Advocacia-Geral da União.
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Segundo Época, Lula é apontado por Diogo como o “principal articulador” da tentativa de compra do silêncio de Cerveró. Ele diz que Maurício Bumlai, filho de José Carlos Bumlai, pecuarista amigo do ex-presidente, lhe repassou dinheiro que deveria ser entregue à família do ex-diretor da Petrobras. Foram, conforme o ex-chefe de gabinete, três entregas de R$ 50 mil feitas pelo então advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, também preso no mesmo dia que Diogo e Delcídio.