O promotor do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) Amaro Thomé Filho afirmou hoje que o empresário Sérgio Gomes da Silva, conhecido como Sombra, é um dos mandantes do assassinato do ex-prefeito de Santo André (SP) Celso Daniel, morto em janeiro de 2002. Para ele, existe a suspeita de outros responsáveis pelo crime.
Amaro reforçou a afirmação feita, minutos antes, à CPI, pelo colega de Ministério Público Roberto Winder Filho sobre a existência de provas contundentes que comprometem Sombra. O MP investiga ainda a possibilidade de outro mandante do crime estar fora do de Santo André (SP). “Um dos seqüestradores confirma que recebeu um telefonema de Campinas, quando foi dada a ordem de execução de Celso Daniel”, informou Amaro.
Investigador do caso desde abril de 2002, o promotor Amaro Thomé lembrou que os trabalhos tiveram início a partir do surgimento das denúncias sobre o esquema de corrupção na prefeitura do município. O promotor denunciou, também, que Sombra tentara prejudicar as investigações do MP, quando repassou informações de um retrato falado que não condizia com nenhum dos sete integrantes da quadrilha da Favela do Pantanal. O grupo foi preso e confessou a participação no crime.
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Na opinião de de Roberto Winder, o que ocorreu foi um desacerto no esquema de corrupção em Santo André, ou seja, Celso Daniel concordava que o dinheiro arrecadado pela prefeitura para fazer caixa dois fosse enviado para o PT, para ser utilizado em campanhas eleitorais do partido. Mas, quando Celso Daniel soube que esses recursos estavam sendo desviados do partido, e quis apurar tais desvios, foi assassinado.
Ouvida por último pela CPI, a delegada Elizabeth Satto, titular da 78ª Delegacia de Polícia dos Jardins, em São Paulo, declarou que há várias questões não explicadas na primeira investigação. Assim como os dois promotores, Satto, responsável pela reabertura do inquérito sobre Celso Daniel, enfatizou que o ex-prefeito foi torturado antes de ser assassinado e que a autoria do crime estende-se a várias pessoas.