Mário Coelho
O terremoto de 7 graus na escala Richter que devastou Porto Príncipe, capital do Haiti, pode ter deixado mais vítimas brasileiras. Em entrevista à Agência Brasil, o ministro interino da Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH), Rogério Sottili, disse que há relatos de que pelo menos 17 brasileiros morreram em decorrência do terremoto. Até o momento, foi confirmada a morte de 12 pessoas. Entre elas, a da coordenadora internacional da Pastoral da Criança, Zilda Arns, e de mais 11 militares do Exército que estão no país participando das forças de paz.
O comandante do Exército, Enzo Peri, confirmou o registro de 11 mortes, oito desaparecidos e nove feridos. Ele destacou, porém, que esses números mudam a todo momento. Peri faz parte da a missão que embarca neste momento para o Haiti. Segundo ele, dois dos feridos estão em estado grave e foram transferidos para a República Dominicana. O centro de comunicação do Exército divulgará em instantes os nomes dos 11 mortos, todos eles da Força de Paz da ONU. As famílias dos militares já estão sendo avisadas pelas Forças Armadas, e o reconhecimento dos corpos está sendo feito pelo Exército.
As informações repassadas por Sottili e por Peri, porém, só devem ser confirmadas com a chegada da missão brasileira ao Haiti. Isso porque o governo federal enfrenta dificuldades para obter informações, já que os sistemas de telefonia fixa e móvel, além do abastecimento de energia elétrica, estão comprometidos. Por determinação do presidente Lula, o ministro interino da SEDH embarcou para a capital haitiana, junto com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, de Peri e o sobrinho de Zilda, o senador Flávio Arns (PSDB-PR), para avaliar os danos causados pelos tremores.
O Brasil anunciou medidas para ajudar o Haiti a superar a tragédia. Segundo o comando da Aeronáutica informou em nota oficial, oito aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) ajudarão vítimas do terremoto. São três C-130 Hércules e um Boeing 707, que estão de prontidão no Rio de Janeiro, além de quatro C-105 Amazonas, sediados em Manaus. A prioridade, neste primeiro momento, será o envio de água e de alimentos. Mas os aviões podem ter dificuldade para chegar. Segundo a Aeronáutica, uma aeronave da FAB que transportava militares do próximo contingente para o Haiti não conseguiu pousar em Porto Príncipe. Ela teve que seguir para Santo Domingo, na República Dominicana, e retornar a Boa Vista.
Uma das medidas definidas pelo governo federal é a doação de 10 milhões de dólares e 14 toneladas de alimento ao Haiti. Segundo informou o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, o Brasil vai discutir com a ONU a melhor maneira de prestar ajuda humanitária às vítimas do terremoto. O Ministério da Agricultura divulgou que serão enviados alimentos, como açúcar, leite em pó e sardinha, em aviões da FAB.
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