O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne hoje para definir a nova taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 13,25%. A expectativa pela redução da taxa é grande dentro do próprio governo.
Durante o lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, cobrou anteontem (22) do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, em tom de brincadeira, a redução da Selic.
Para o ministro, a decisão do Copom será fundamental para que o setor privado mostre disposição de ampliar seus investimentos e ajude a cumprir o objetivo central do PAC.
De acordo com reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, Mantega aposta, nos bastidores, na manutenção do ritmo de corte de 0,5 ponto porcentual na Selic, apesar de o mercado prever redução de 0,25 ponto porcentual.
Os técnicos calculam que, se o Copom – que se reúne este ano oito vezes para discutir a taxa de juros – fizer pelo menos três cortes de 0,5 ponto e mantiver outras reduções no nível de 0,25 ponto, no fim do ano a taxa básica fecha entre 10% e 11%.
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O secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, prefere não entrar na polêmica sobre o tamanho do corte da Selic, mas reforça a expectativa da continuidade de redução da taxa básica, diz o Estadão.
Barbosa enfoca sua avaliação no fato de que o PAC não põe em risco a trajetória de queda dos juros. “O PAC não é expansionista no sentido de ameaçar a queda dos juros.”
A situação macroeconômica no Brasil e no exterior, segundo ele, é favorável à manutenção do processo de queda dos juros, com a redução dos preços do petróleo e a pressão deflacionária mundial causada pela China. “O ritmo de queda vai depender do BC [Banco Central], mas as condições do Brasil e da economia mundial apontam uma trajetória decrescente dos juros”, avalia o secretário-adjunto.