O presidente Lula cobrou hoje (5) que a bancada governista na Câmara indique apenas um nome para concorrer à presidência da Casa. Ele considerou legítima a candidatura do líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), ao posto, mas cobrou que haja diálogo com os outros partidos para evitar a disputa entre dois parlamentares pró-governo.
“Acho mais justo e mais legítimo que, na medida que tenha muitos candidatos da base do governo, que eles se acertem para que a gente tenha um único candidato e componha uma Mesa que seja democrática e a mais representativa possível”, afirmou Lula, em entrevista às pressas no Palácio do Planalto.
Segundo o presidente, o cuidado é necessário para evitar fiasco semelhante ao que levou à eleição de Severino Cavalcanti (PP-PE) no ano passado, quando o PT permitiu o lançamento de duas candidaturas pelo partido – Luiz Eduardo Greenhalgh (SP) e Virgílio Guimarães (MG) – para a presidência da Casa.
“Pode ter vários candidatos até um determinado momento. Mas depois as pessoas precisam perceber que se do nosso lado nos dividirmos, para o lado de lá [da oposição] o que isso pode significar. Cada deputado sabe a regra do jogo e o que acontece quando a gente se divide”, disse Lula.
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Simon declara independência
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) disse hoje (5) que manterá uma postura independente em relação ao governo do presidente Lula. O senador gaúcho disse ao presidente que vai votar com o governo no Senado quando achar conveniente.
"Eu disse para ele que a minha independência significa torcer para o governo dar certo e votar com o governo sempre que a minha consciência achar correto. Concordo que o PMDB não deve ir para a oposição agora, mas pode até ir se essa tentativa de entendimento não der certo".
Simon destacou a “garra e a vontade” de Lula para a formação do chamado governo de coalizão. "Eu saí otimista pela garra e a vontade que ele está tendo para dar certo a aliança. Se o PMDB, o PT e os partidos menores fizerem a coalizão, ele terá o governo consolidado e poderá destravar o país e fazer grande governo. Essa é a vontade dele", afirmou.
De acordo com reportagem de Gabriela Guerreiro, da Folha Online, o peemedebista disse que Lula concordou que deve analisar os "antecedentes" dos novos integrantes do governo federal antes de convidá-los a ingressar no primeiro escalão do Executivo. "Eu disse que ter uma folha corrida das pessoas antes de nomear é muito importante. Ele disse que isso é correto, tomar conhecimento de quem ele vai nomear", afirmou Simon.
Presidente da Câmara
O senador afirmou que Lula deve enfrentar problemas na disputa à presidência da Câmara dos Deputados. De acordo com Simon, o pré-lançamento das candidaturas do petista Arlindo Chinaglia (SP) e do atual presidente da Casa, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), podem provocar uma nova "zebra", em referência à eleição do ex-deputado Severino Calvalcanti (PP-PE), quando o PT havia lançado dois nomes do partido ao cargo: Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) e Virgílio Guimarães (PT-MG).
"Ele mesmo reconhece isso. Temos dois candidatos lançados mais cinco que querem ser. Se acontecer isso, é quase certo que vai ser esse o desfecho. Mas ele disse que temos que fazer força para esse episódio não se repetir", declarou Simon.
CAE aprova empréstimo para Pernambuco
Em reunião encerrada há pouco, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou, como item extra-pauta, mensagem por meio da qual o governo de Pernambuco requer autorização para contrair empréstimo no valor de US$ 30 milhões junto ao Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento (Bird). O recurso será utilizado no combate à pobreza na zona rural do estado.
Além disso, em decisão terminativa, os senadores aprovaram o projeto do senador Aelton Freitas (PL-MG) que inclui 58 municípios do noroeste e norte de Minas Gerais como beneficiários do Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO). A senadora Lúcia Vânia (PSDB-MG), que votou contra a proposta, disse que recorrerá ao plenário.
Por fim, a comissão rejeitou o projeto de autoria do senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) que previa a utilização de recursos do FGTS na aquisição de automóveis. O colegiado também aprovou o arquivamento do relatório que apurava a realização de obras do projeto Reluz pela administração da ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy (PT).