Dia desses meditava sobre nossa realidade. Temos testemunhado um fascinante início de milênio, pleno de avanços tecnológicos formidáveis! Somos, a cada dia mais, “cidadãos do mundo”!
Se, no entanto, você viajar para a Malaysia, não leve consigo nenhuma roupa de cor amarela. Esta cor, relacionada a um grupo de ativistas contrários ao governo local, é de uso proibido naquele país. Indo ao avançado Japão, tenha a cautela de não dançar em nenhuma discoteca ou clube após a meia-noite – trata-se de atividade proibida por lei.
Se estiver no Irã e pretender aparar o cabelo, fique ciente de que cortes no “estilo ocidental” são rigorosamente proibidos. Observe, também, que nas lojas de roupa não há manequins, cujo uso é objeto de vedação legal.
Caso esteja no Reino Unido, tenha a cautela de não morrer no Parlamento, sob pena de violar a legislação. Li que esta lei é objeto de rigorosa aplicação: todas as vezes que alguém começa a sentir-se mal lá é imediatamente retirado pelos funcionários.
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Desejando ir à Rússia, esteja ciente de que usar roupas no estilo gótico é proibido. Passando pela França, descubra que o “catchup” é item banido das cantinas escolares, a fim de que a boa culinária local seja protegida.
PublicidadeIndo à praia na Itália, não tenha a infeliz ideia de construir castelos na areia – é proibido. Aliás, certifique-se de que na região onde estiver chinelos de praia podem ser legalmente utilizados.
Poderia escrever um livro sobre leis assim. Paro aqui por falta de espaço. Agora reflita sobre sua rotina, a cada dia mais repleta de proibições absolutamente desconectadas da realidade.
Seus criadores, nossos controladores, são aqueles burocratas que, desprovidos de toda legitimidade, dentro de suas salinhas isoladas, passam os dias a criar regras de utilidade inversamente proporcional à vaidade nelas embutida.
Graças a essa gente, alimentada por nossa submissão, cá estamos a viver a tecnologia do século XXI sob usos lá da Idade Média – um contraste que só faz aumentar nossa humilhação. Cuidado com eles! Afinal, como alertava Castiglione, “quando o chefe pode o que quer, há grande perigo de que queira aquilo que não deve querer”.
<< O pecado mortal – a inviolabilidade do lar e a pobreza como pior dos crimes
<< Para meditarmos: “E quem vai ficar com a fortuna tcheca?”