Orlando Pontes, do Brasília Capital
No embalo da eleição de João Dória (PSDB) e de Alexandre Kalil (PHS) para as prefeituras de São Paulo e de Belo Horizonte, cresce no meio empresarial brasiliense um movimento para lançar candidatos do setor produtivo aos cargos de governador e senador do Distrito Federal nas eleições 2018.
“Vamos procurar candidatos do meio empresarial. Os políticos só atendem a seus próprios interesses”, desafia o diretor de uma das mais importantes entidades do setor produtivo local. Ele recebeu a solidariedade do presidente da Associação Comercial (ACDF), Cléber Pires.
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Mesmo com um cenário adverso na capital, com o governador Rodrigo Rollemberg enfrentando uma crise sem precedentes e velhos políticos com pendências judiciais, o empresariado negocia com partidos e dirigentes para traçar um plano para 2018. Os presidentes do DEM, deputado Alberto Fraga, e do PP, ex-distrital e também empresário Olair Francisco, serão procurados para verificar o interesse das duas agremiações em ceder legenda para as candidaturas de representantes do setor produtivo.
No caso do DEM, o grupo aceitaria o nome do próprio Fraga para o Senado. Quanto ao PP, a ideia é que Olair consulte seu correligionário e ex-vice-governador Paulo Octavio sobre a possibilidade de entregar a cabeça de chapa ao nome que surgir dessas discussões. “Sou um soldado”, avisou Pires, lançando o nome Sebastião Abritta, diretor administrativo do Sindivarejista, para o governo.
O presidente da Fecomércio, ex-senador Adelmir Santana, diz já ter “ouvido falar” no assunto, mas se recusa a incluir seu nome entre os postulantes. “Não enxergo ninguém com esse perfil no nosso meio empresarial. Um governador precisa ter muita habilidade e, principalmente, abdicar de muita coisa”.
PublicidadeAdelmir aponta o ex-governador José Roberto Arruda (PR) e o ex-vice Tadeu Filippelli (PMDB) como os “maiores conhecedores” da administração pública de Brasília. Mas não arrisca dizer em que condições jurídicas ambos chegarão à época da campanha. Já o senador Reguffe (sem partido), líder nas pesquisas, “não tem experiência nem maturidade para tamanho desafio”.