Na semana em que o feriado de 7 de setembro esvaziou o Congresso Nacional, apenas nove dos 81 senadores compareceram ao trabalho hoje. No momento em que a sessão não-deliberativa foi aberta, seis senadores estavam presentes. Como nenhuma votação estava prevista para hoje, os senadores aproveitaram a tribuna para comentar e parabenizar a Marcha contra a Corrupção, movimento organizado por meio das redes sociais que reuniu ontem (7) cerca de 25 mil manifestantes na Esplanada dos Ministérios. O movimento apartidário não aceitou nenhum apoio de políticos e entidades partidárias.
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Em certo momento vaiado por alguns manifestantes da Marcha, o líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), negou ter sido “hostilizado” ontem (quarta, 7) pelos populares, como registrou a edição de hoje do jornal O Globo. Ele disse à reportagem que “apenas um guri” o havia vaiado, mas rapidamente repreendido por seus colegas de protesto.
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Na tribuna, o tucano afirmou que fez questão de ficar em Brasília para observar a Marcha contra a Corrupção. “Não fui para dela participar, porque compreendi perfeitamente o seu objetivo. Fui para aplaudir, para recolher os ensinamentos, colocando nas ruas o termômetro para aferir o pulsar das aspirações populares. Uma manifestação de indignação, de força, energia, responsabilidade pública e civilidade”, disse.
O pronunciamento mais veemente foi o do senador Pedro Simon (PMDB-RS), idealizador da “frente parlamentar suprapartidária contra a corrupção”. “Acho que estamos vivendo um momento em que um povo que é bom, que é digno, que é sério, que é correto vai perder essa pecha do povinho, de que vale tudo, do jeitinho brasileiro. Vamos mudar, mas não podemos mudar com o soldadinho, nem com o homem da vila, nem com o povo da favela”, disse Simon, para quem o homem público é que deve arcar com o “peso da Justiça” se cometer desmandos.
“Temos que mudar com o senador, com o ministro, com o general, com o homem da empresa, com o banqueiro, com o homem que é importante, que tem dinheiro e que tem poder! Esse é que tem que sentir o peso da Justiça quando ele errar”, acrescentou Simon.
Para esse tipo de ausência registrada no pós-feriado, sem definição de pauta ou obrigação de ofício, não há desconto no subsídio parlamentar pelo dia não trabalhado. A sessão (não deliberativa), que durou menos de 4 horas, foi encerrada às 17h51. Há dezenas de proposições à espera de votação em plenário, muitas das quais a depender de consenso entre líderes partidários.
Confira quem compareceu ao plenário nesta quinta-feira:
Alvaro Dias (PSDB-PR)
Aníbal Diniz (PT-AC)
Cristovam Buarque (PDT-DF)
Eduardo Suplicy (PT-SP)
Jorge Viana (PT-AC)
Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR)
Pedro Simon (PMDB-RS)
Waldemir Moka (PMDB-MS)
Wellington Dias (PT-PI)