Servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) de todo o país iniciaram hoje (14) uma greve por tempo indeterminado contra o que eles chamam de "sucateamento" do órgão e a suposta pressão do Planalto pela aceleração da concessão das licenças ambientais.
O presidente da associação servidores do órgão, Jonas Corrêa, disse à agência Folha Online que a categoria está insatisfeita com a interferência do governo. "O sentimento que há entre os servidores é de indignação, de traição. Nos sentimos traídos pelo governo com a criação do Instituto Chico Mendes".
O Instituto Chico Mendes foi criado por medida provisória e faz parte de um projeto de reestruturação do Ibama que incluiu, entre outros, a troca de diretores. O novo instituto assumiu parte das obrigações do Ibama, especialmente a concessão de licenças ambientais.
Para os grevistas, o governo quer pressionar o órgão a acelerar o processo de liberação de obras, especialmente as das hidrelétricas do rio madeira, que integram o Programa de Aceleração do Cresciemento (PAC). "Os dirigentes anteriores do Ibama não sabiam dessa reestruturação. Tudo foi armado com o objetivo de atender os setores do governo que querem as concessões de licenças a qualquer custo, mesmo que isso prejudique o ambiente", defende Jonas Corrêa. "Tudo foi planejado com o objetivo de desmantelar e enfraquecer o órgão", afirma.
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"É importante frisar que as presidências e direções destes institutos, apesar de terem se colocado à disposição dos servidores para dirimir suas dúvidas, não foram por eles demandados", responderam, em nota oficial, os presidentes interinos do Ibama, Bazileu Alves Margarido Neto, e do Instituto Chico Mendes, João Paulo Ribeiro Capobianco. (Carol Ferrare)
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