Thomaz Pires
O lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC-2), nesta manhã em Brasília, serviu como plataforma de protesto para os servidores federais do meio ambiente. Cerca de 200 manifestantes, entre servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Ministério do Meio Ambiente e Instituto Chico Mendes, iniciaram um apitaço na porta de entrada da solenidade para pressionar pela reestruturação do plano de carreira da categoria.
Os servidores ameaçam entrar em greve no próximo dia 6 caso o plano de reestruturação, encaminhado ao Ministério do Meio Ambiente em novembro do ano passado, não tenha qualquer sinalização de avanço ou uma data limite para a aprovação. Um dos instrumentos que promete ser usado pelos manifestantes para pressionar o governo é a dificuldade em liberar as licenças ambientais. Sem elas, o cronograma para o PAC 2 poderá sofrer atrasos e atrapalhar os planos da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, candidata ao Planalto na corrida eleitoral deste ano.
Conforme as previsões do governo Lula, o PAC 2 prevê um total de investimentos na ordem de R$ 958,9 bilhões no período de 2011 a 2014. Segundo documento divulgado pelo governo nesta segunda-feira, após 2014, os investimentos podem chegar a R$ 631,6 bilhões, elevando o total do PAC-2 para R$ 1,59 trilhão.
“Em ano eleitoral o governo fará de tudo para avançar nos projetos e promessas de obras. Mas faremos o possível e o impossível para dificultar a liberação das licenças ambientais enquanto nosso plano de carreira não for reestruturado”, antecipa Jonas Correia, presidente da Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente (Asibama).
De acordo com levantamento encomendado pela Asibama, a evasão dos servidores federais ambientais tem sido crescente nos últimos meses em função da insatisfação da categoria com o plano de carreira. “Cerca de 30% do nosso quadro deixaram a carreira. Por outro lado, o presidente Lula usa a redução nos níveis de desmatamento e outros assuntos como propaganda de governo, o que é mérito do nosso trabalho”, protesta Jonas.
Até o fim da manhã, os manifestantes não haviam conseguido falar com representantes do Ministério do Planejamento. Uma reunião está prevista para esta quarta-feira (31). A previsão é que o encontro possa contar também com a participação de representantes do movimento que pressionam pelo início da greve. Eles deverão permanecer concentrados em Brasília, onde ocorre nesta semana o encontro nacional dos servidores federais ambientais.
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