O relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), ameaçou nesta sexta-feira convocar a diretoria do Banco do Brasil (BB) para explicar o suposto desvio de R$ 10 milhões de recursos públicos da Visanet para o esquema montado pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza. Diante da dificuldade para esclarecer o caso, Serraglio quer pôr o requerimento de convocação dos diretores em votação na sessão da próxima terça-feira.
"O Banco do Brasil está criando dificuldades para termos esclarecimentos sobre o caso Visanet. Estão querendo dificultar o nosso acesso aos dados. Vou pedir a convocação dos diretores do banco para que eles venham aqui esclarecer e detalhar todos os pontos que não foram respondidos. Estou muito insatisfeito porque estão dificultando o nosso trabalho", disse Serraglio.
Ele explicou que, no dia 26 de janeiro, a comissão pediu informações extras sobre a auditoria realizada pelo BB para investigar o suposto desvio de recursos da Visanet, administradora de cartões de crédito e débito que tem o BB como acionista, para o valerioduto.
"O resultado da auditoria do BB veio para CPI, mas ficamos com várias dúvidas e pedimos mais informações", contou Serraglio. "O banco recebeu o ofício no dia 27 de janeiro, mas só enviou correspondência para nós em 6 de fevereiro pedindo mais 15 dias para dar as informações", disse o relator. A comissão decidiu, então, convocar os auditores responsáveis pela investigação. "Para nossa surpresa, o banco disse que a CPI não poderia ouvir os auditores porque eles têm o compromisso do sigilo. Então, se eles não vierem, vamos chamar os diretores", garantiu Serraglio.
Leia também
A CPI dos Correios descobriu que R$ 10 milhões de recursos do BB serviram para alimentar, em 2004, o valerioduto. Os R$ 10 milhões deveriam ter sido usados pela DNA Propaganda, uma das empresas de Valério, na publicidade da Visanet. Mas o dinheiro acabou no BMG, um dos bancos que emprestaram recursos para Valério repassar ao PT.
O Banco do Brasil sustenta que nunca se negou a contribuir com os trabalhos da CPI. O banco alega que pediu mais prazo ao relator devido à complexidade dos dados solicitados, que envolvem inclusive sigilo bancário.
Deixe um comentário