Reunidas em Brasília para a posse da nova direção do partido, as principais lideranças do PSDB concentraram suas críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com um discurso de pré-candidato à sucessão presidencial, o prefeito de São Paulo, José Serra, acusou o PT de abandonar a ética na política. "Chegando ao poder, o PT trocou a ética da convicção pela ética da conveniência", afirmou Serra. "Nós não aceitamos a semelhança com o PT. Nós rejeitamos esse parentesco", acrescentou.
Serra também questionou a capacidade administrativa dos petistas e disse que o Partido dos Trabalhadores hoje está associado a corrupção. "Os escândalos do governo do PT saltam de continente à continente. São planetários, extrapolam as fronteiras do país", afirmou.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e os governadores de São Paulo, Geraldo Alckmin, e de Minas, Aécio Neves, também participam da convenção que vai conduzir o senador Tasso Jereissati (CE) à presidência do partido. FHC passou mal esta manhã, com problemas de pressão, mas já se recuperou e deve discursar daqui a pouco.
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Em entrevista aos jornalistas, o ex-presidente disse que ainda é cedo para apontar quem será o candidato do partido à sucessão presidencial. “É cedo para saber quem vai ser o candidato do PSDB em 2006. O que define isso é a conjuntura. Não adianta querer ser candidato. Os outros também têm que querer que você seja”, afirmou.
O novo presidente do partido disse que os únicos pontos positivos do governo Lula se referem aos que os petistas chamaram em 2002 de "herança maldita". "Vivemos hoje um momento diferenciado da história nacional. É vencido o tempo da crítica irresponsável e demagógica como instrumento de proselitismo político. A chamada herança maldita foi responsável pelo pouco de positivo que o atual governo apresenta na economia", afirmou.