FOLHA DE S. PAULOS
Serra nomeou filha de Paulo Preto em SP
No primeiro mês como governador de São Paulo, José Serra (PSDB) nomeou uma filha do ex-diretor de engenharia da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A) Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, para cargo de confiança no Palácio dos Bandeirantes.
A jornalista Tatiana Arana Souza Cremonini foi contratada como
assistente técnica de gabinete em decreto assinado por Serra em 29 de janeiro de 2007. Ela atua no cerimonial, com salário de R$ 4.595, com gratificações.
Souza foi levado ao epicentro da campanha eleitoral pela candidata Dilma Rousseff (PT) no debate da Band no último domingo. A petista, baseada em reportagem publicada pela revista “IstoÉ”, disse que ele teria desviado R$ 4 milhões supostamente destinados ao caixa 2 da campanha tucana.
Irmão de diretor da Eletrobras negocia projetos de energia
O irmão do diretor de Engenharia e Planejamento da Eletrobras, Valter Cardeal -homem forte de Dilma Rousseff (PT) no setor elétrico -, atua como consultor de empresas interessadas em investir em energia eólica, área que terá R$ 9,7 bilhões em investimentos do PAC 2.
Edgar Luiz Cardeal é dono da DGE Desenvolvimento e Gestão de Empreendimentos, criada em 2007 para elaborar projetos no setor.
O responsável pela gestão do Proinfa, programa de incentivo ao uso de energias alternativas -como a eólica- é o irmão do empresário.
Em Minas, Lula diz que ricos têm “preconceito e medo” de Dilma
Em carreata na tarde de ontem em Belo Horizonte ao lado de Dilma Rousseff, o presidente Lula afirmou que os ricos têm “preconceito e medo” da candidata do PT.
A declaração foi motivada pelo fato de moradores das casas de luxo do bairro de onde partiu a carreata terem feito sinais negativos com os polegares quando os dois passavam em carro aberto.
“Agora não é apenas preconceito, é preconceito e medo de ver uma mulher ganhar as eleições e fazer pelo Brasil mais do que eles fizeram.”
Marina anunciará “independência” no segundo turno, dizem aliados
Após duas semanas de queda de braço, aliados da ex-presidenciável Marina Silva dizem que ela fechou acordo com a cúpula do PV para se declarar neutra no segundo turno e evitar um apoio formal do partido ao candidato José Serra (PSDB).
O rumo dos verdes será anunciado hoje, em São Paulo. A votação terá caráter simbólico, já que os filiados serão liberados para aderir ao tucano ou a Dilma Rousseff (PT).
Dois ex-dirigentes da campanha de Marina disseram que ela não pedirá votos para Serra ou Dilma “em hipótese alguma”. Pelo combinado, o PV endossaria a opção pela neutralidade, embora uma ala da direção esteja pronta a se engajar na campanha tucana.
Para trás é que se anda
A ELEIÇÃO PRESIDENCIAL degenera de vez. O passado retorna, sem cuidar nem sequer de disfarçar-se.
A exigência religiosa, legítima para os possuidores de crença, ultrapassa-os e volta não só a submeter a política em seu nível mais alto de participação democrática, que é a escolha pelo voto geral do futuro governante de toda a nação. Esse movimento vai também contra a liberdade de pensamento, na ação para impedir a opção política e cultural de candidatos e dos eleitores não religiosos ou religiosos sem extremismo. Mas a responsabilidade pelo retrocesso não é só do radicalismo político em nome da fé cristã. É também dos candidatos.
Campanha de Serra nega relato de ex-aluna
A assessoria de imprensa da campanha de José Serra divulgou ontem nota em que nega que a mulher do candidato do PSDB à Presidência, Monica Serra, tenha se submetido a um aborto.
A nota foi divulgada em resposta a reportagem publicada ontem pela Folha em que ex-alunas de Monica relataram que a então professora lhes contou durante uma aula, em 1992, ter feito um aborto quando estava no exílio com o marido.
Na nota, a assessoria do candidato do PSDB diz: “Diante de matéria publicada hoje, a campanha de José Serra esclarece: Monica Serra nunca fez um aborto”.
O texto afirma que “essa acusação falsa, que já circulava antes na internet, repete o padrão Miriam Cordeiro de que o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva foi vítima na eleição de 1989”.
Uso de e-mail para ato pró-Dilma será apurado
A Petrobras informou que vai investigar uso do e-mail corporativo da empresa para convocação para ato de apoio à candidata do PT.
O jornal “O Globo” publicou mensagem em que o coordenador de patrocínio à música Claudio Jorge Oliveira convoca fornecedores para ato amanhã com artistas e intelectuais.
Em nota em seu blog, a empresa diz que o uso do e-mail da Petrobras “em atividades de caráter político-partidário é proibido por norma interna”.
Após fala de frade em missa, visita de tucano acaba em tumulto no CE
Terminou em tumulto a visita do candidato do PSDB, José Serra, a uma missa ontem na festa de São Francisco, o maior evento religioso de Canindé.
No final da missa, houve corre-corre envolvendo militantes com bandeiras do PT e de Serra, que chegou a ser empurrado, mas não se feriu.
O frade que celebrou missa -o nome dele não foi informado- reclamou da chegada de Serra quando a cerimônia já estava em andamento e declarou que a igreja não autoriza a divulgação de panfletos associando a petista Dilma Rousseff à defesa do aborto.
Candidatos prometem embate duro na TV
A duas semanas da eleição, os candidatos à Presidência Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) prometem protagonizar duro confronto a partir das 21h10 de hoje, no debate Folha/RedeTV!.
No comando da campanha do PT, a recomendação é para que Dilma insista numa linha agressiva contra Serra no conteúdo, ainda que seja mais moderada na forma.
A petista está sendo treinada a parecer mais simpática e sorrir mais, o que é considerado uma das fraquezas dela frente às câmeras.
Dilma reproduzirá o discurso do programa eleitoral: de que Serra tem mil caras, diz uma coisa em campanha e faz outra no poder.
A estratégia é repetir a performance do debate da Band, quando partiu para o ataque, mas apresentando-se como vítima do adversário.
Preparo dos candidatos divide eleitores
Se no final de agosto os eleitores brasileiros apontavam Dilma Rousseff (PT) como a mais preparada para ser presidente e administrar as principais áreas do governo, agora eles se dividem entre a petista e José Serra (PSDB) ao responder perguntas sobre as qualidades de cada um.
Segundo pesquisa Datafolha feita nos dias 14 e 15, Dilma é considerada a mais preparada para combater o desemprego (47% a 37%) e manter a estabilidade econômica (48% a 37%).
Serra é apontado como o mais preparado para ser presidente, de modo geral (49% a 39%), e para cuidar da área da saúde (56% a 33%).
28% dos eleitores esqueceram voto para senador
Menos de duas semanas após o primeiro turno, 28% dos eleitores brasileiros não se lembram de pelo menos um dos candidatos a senador em quem votaram, mostra o Datafolha.
O percentual dos que não se lembram de apenas um dos votos para senador (17%) é maior que o dos que não se lembram dos dois votos (11%).
O nome do deputado federal escolhido também não é lembrado por 30% dos eleitores.
Após sofrer arritmia, Sarney tem alta em SP
Depois de 11 dias de internação, o presidente do Senado, José Sarney, 80, recebeu alta ontem do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
Segundo boletim médico, ele passou por procedimento para corrigir uma arritmia cardíaca. Ele recebeu choques no coração para que o batimento fosse normalizado. Foi tratada ainda uma esofagite (inflamação de mucosa do esôfago).
Boatos turbinam lavadas em AM e SP
Ideias nem sempre amparadas em fatos ajudam a explicar vitórias acachapantes de Dilma Rousseff, do PT, e José Serra, do PSDB, em cidades de médio e grande porte no primeiro turno das eleições.
Em Manaus, onde Dilma teve 56,3% dos votos sem ter pisado nem uma vez sequer na cidade, parte do triunfo da petista pode ser atribuído à crença disseminada de que Serra, se eleito, extinguirá incentivos fiscais da Zona Franca. Lá, o tucano teve 6,6% dos votos.
61 políticos eleitos são proprietários de rádios ou TVs
Afiliadas da Globo, da Record, do SBT e da Band e uma série de pequenas rádios são de propriedade de 61 políticos eleitos no último dia 3. O patrimônio declarado em empresas de rádio e TV é de cerca de R$ 15 milhões.
Na campanha, esses meios de comunicação podem, em tese, ajudar a promover a imagem de seus sócios.
Levantamento da Folha com declarações de bens localizou 91 participações em rádio e TV. Entre elas, o senador José Agripino Maia (DEM-RN) e as famílias de Jader Barbalho (PMDB-PA), Renan Calheiros (PMDB-AL) e José Sarney (PMDB-MA).
Sociólogo afirma que “Lula é mais privatista que FHC”
No começo de 2003, ano em que rompeu com o PT, o sociólogo Francisco de Oliveira, 76, afirmou que “Lula nunca foi de esquerda”.
Agora, o professor emérito da USP dá um passo adiante e diz que Lula, mais que Fernando Henrique Cardoso, é “privatista numa escala que o Brasil nunca conheceu”.
Na entrevista abaixo, Oliveira, um dos fundadores do PT, também afirma que tanto faz votar em Dilma Rousseff (PT) ou José Serra (PSDB).
O GLOBO
Questões ambientais ficaram longe da propaganda de Dilma e Serra no 1º turno
Na tentativa de cortejar quase 20 milhões de eleitores da candidata derrotada do PV à Presidência, Marina Silva, os presidenciáveis Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) decidiram abraçar a causa verde no segundo turno. Mas a preocupação com o meio ambiente passou ao largo da propaganda eleitoral da petista e do tucano no primeiro turno.
Dilma usou cerca de cinco minutos, dos 400 a que teve direito em seus programas de TV, para abordar o tema, o que corresponde a 1,25% do tempo. Serra gastou 2 minutos num total de 280 minutos, ou 0,71%.
O levantamento feito pelo GLOBO levou em conta qualquer menção a obras, projetos ou compromissos ligados ao meio ambiente nos 40 programas de TV de Dilma e Serra no primeiro turno (de 17 de agosto a 30 de setembro).
Bolsa Família alimentou votos de Dilma
A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, recebeu proporcionalmente mais votos onde a cobertura do Bolsa Família é maior. Dos dez estados com maior índice de beneficiários do programa de transferência de renda, nove dariam a Dilma votação suficiente para vencer já no primeiro turno. É o que mostra o cruzamento dos resultados da eleição presidencial, feito pelo GLOBO, com o endereço de quem recebe o Bolsa Família.
A candidata petista recebeu 46,91% dos votos válidos em todo o país. Em dez estados – oito deles no Nordeste, além de Amazonas e Tocantins -, ela ultrapassou a marca de 50%, suficiente para vencer já no primeiro turno. Dessas dez unidades da federação, nove fazem parte da lista de dez estados com maior abrangência do Bolsa Família.
O Maranhão é o caso mais emblemático. Com 54% da população beneficiada pela transferência de renda, o maior índice no país, o estado deu a Dilma a sua maior votação no primeiro turno: 70,65% dos votos válidos. Na mesma linha, o Piauí tem a segunda cobertura do programa Bolsa Família – 52,3% – e foi o estado onde a candidata petista alcançou o seu segundo maior percentual de votos válidos: 67%.
Chefe de gabinete ligado a Dilma e Erenice teria cobrado R$ 100 mil de deputado, diz ‘Veja’
Mais uma denúncia de cobrança de propina envolve a Casa Civil e o atual chefe de gabinete da pasta, Vladimir Muskatirovic, levado ao Palácio do Planalto pela ex-ministra e candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff. Segundo reportagem da revista “Veja”, o deputado Roberto Rocha (PSDB-MA) acusa Vladimir de ter cobrado R$ 100 mil para autorizar uma mudança societária na TV Cidade, afiliada da TV Record no Maranhão. A família do deputado é sócia da emissora.
A “Veja” afirma que Rocha teria pago R$ 20 mil a Vladimir como sinal para resolver o problema, em 2007. Na época, Vladimir era assessor da secretária-executiva Erenice Guerra, depois promovida a ministra e demitida em meio a denúncias de tráfico de influência e corrupção envolvendo seus filhos.
Procurado pelo GLOBO, o deputado negou que tenha pago qualquer valor. Ele disse que a cobrança de propina chegou ao seu conhecimento através de um assessor, Ivo Icó Filho, que teria tido contato com Vladimir.
Suspeita de fraude envolve homem de confiança de Dilma, diz ‘Época’
O banco público de desenvolvimento da Alemanha, Kreditanstalt fur Wiederaufbau (KfW), ingressou com uma ação de danos materiais e morais no Brasil que envolve um dos homens de confiança da candidata Dilma Rousseff (PT) no setor elétrico, Valter Luiz Cardeal de Souza, presidente de uma subsidiária da Eletrobrás, num escândalo de fraude milionária em empréstimos internacionais de 157 milhões de euros, segundo publicou a revista “Época” neste fim de semana. A ligação de Dilma e Valter vem desde os anos 90. Cardeal chegou à Eletrobrás por indicação de Dilma quando era ministra das Minas e Energia.
Chefe de gabinete ligado a Dilma e Erenice teria cobrado R$ 100 mil de deputado’
Nove pessoas, entre elas quatro militantes do PT gaúcho, respondem a processo na Justiça Federal do Rio Grande do Sul, após a investigação da Polícia Federal que constatou, em 2007, crimes de formação de quadrilha, corrupção passiva e ativa e estelionato. Cardeal e Dilma não são acusados neste processo.
Porém, o KfW decidiu ingressar com outra ação, na 10 Vara Cível de Porto Alegre, para pedir indenização à Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE), que é presidida por Cardeal.
Senador eleito, Aécio assume lado cabo eleitoral e diz que campanha de Dilma foi permeada por ‘certa soberba’
Depois de conquistar no primeiro turno a maior vitória da oposição nesta eleição – garantiu a própria eleição e a do ex-presidente Itamar Franco (PPS) para o Senado, além da reeleição do governador Antonio Anastasia (PSDB) -, o tucano Aécio Neves se transforma, no segundo turno, no principal cabo eleitoral do candidato do PSDB à Presidência, José Serra. Ele já organiza um ato pró-Serra para o dia 24 na orla do Rio de Janeiro.
Esta semana, atendendo a um pedido de Serra, deixará os limites de Minas Gerais e começará um roteiro de viagens por Goiás, Mato Grosso, Pará, Piauí, Alagoas e Bahia.
– Vou me dividir com o Anastasia. Naqueles em que o Serra não vier e eu estiver, quero fazer dobradinha com o Beto e o Geraldo (Alckmin). Vou estar por conta nesses próximos 15 dias. Propus um grande ato no dia 24 na orla do Rio, de caráter nacional, com figuras da sociedade civil, movimentos e setores que apoiam sua candidatura – conta.
Aécio considera que o segundo turno da disputa presidencial deixa um ensinamento especial para o PT e os coordenadores da campanha de Dilma Rousseff, que se deixaram levar, afirma ele, pela soberba e por acreditarem que a popularidade do presidente Lula seria suficiente para garantir a vitória à petista.
ESTADO DE S. PAULO
Em busca do apoio do PV, candidatos assumem compromissos ambientais
Marina Silva não passou para o segundo turno das eleições presidenciais, mas conseguiu fazer aquilo que muitos esperavam de sua candidatura: inscrever a sustentabilidade na agenda política nacional.
Pressionados pelos 20 milhões de votos obtidos pela candidata do Partido Verde (PV) no primeiro turno, Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) não podem mais se dar ao luxo de ignorar questões ambientais consideradas prioritárias pelo eleitorado “marineiro”, como o combate ao desmatamento e a proteção ao Código Florestal.
O Estado enviou aos dois candidatos uma série de perguntas relacionadas a alguns do principais debates ambientais do Brasil. Todas elas, também, abordadas na lista de 42 compromissos essenciais apresentada pelo PV como base para definição de um eventual apoio do partido a uma – ou nenhuma – das candidaturas. A decisão será votada hoje em assembleia do partido.
Um dos temas considerados mais críticos é a reforma do Código Florestal, que estipula regras e limites para a ocupação de áreas de vegetação nativa. Em resposta ao Estado, ambos se disseram contrários à anistia a desmatadores, prevista no relatório de Aldo Rebelo (PC do B), aprovado por uma Comissão Especial da Câmara em julho.
Dirigente do PV critica propostas de presidenciáveis
Na primeira reação pública de um dirigente verde às cartas de intenções de PT e PSDB, que tentam obter o apoio e o eleitorado de Marina Silva (PV), a resposta foi negativa. O vice-presidente do partido, deputado eleito Alfredo Sirkis (RJ), fez duras críticas em seu blog aos documentos apresentados por petistas e tucanos. Considerou ambos “fracos”.
Há, no entanto, dois pesos às declarações de Sirkis. Um para a carta do PT e outro para a carta do PSDB. O dirigente verde é mais incisivo em relação ao documento apresentado pelos tucanos, que chamou de “pífio”. “Dá a impressão de negligência, de ter sido feito ‘nas coxas’”, observou, para, em seguida, enumerar pontos de divergência.
Em sua crítica mais contundente, Sirkis afirma que os emissários do PSDB cometeram uma “gafe monumental” ao versar sobre o voto distrital. “O distrital é a morte dos pequenos partidos como o nosso. Nossa proposta é o distrital misto (sistema alemão). Deve ter sido por conta da pressa ou do descaso…”, argumenta o dirigente.
Para Sirkis, por outro lado, a candidata do PT, Dilma Rousseff, aceitou “ir mais longe” na questão do código florestal – ponto-chave para a convergência do apoio verde. “No documento, os tucanos ficam aquém inclusive do colocado na conversa. Não falam de reserva legal e tornam ainda mais imprecisos seus limites em relação às APPs (áreas de proteção ambiental)”, anotou o dirigente do PV.
Homem ligado a Dilma é acusado de fraude, diz revista
Reportagem publicada pela revista Época neste fim de semana aponta que uma empresa subordinada à Eletrobras teria sido usada para concessão de garantias de empréstimo externo para empresa privada de forma fraudulenta. Por trás do esquema, segundo a revista, estaria Valter Luiz Cardeal Souza, presidente do Conselho de Administração da Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE), ligado politicamente à candidata à Presidência pelo PT, Dilma Rousseff.
O banco de fomento Kreditanstalt für Wiederaufbau (KFW), controlado pelo governo da Alemanha, estaria movendo um processo por danos materiais e morais contra a CGTEE por causa de um empréstimo internacional no valor de 157 milhões de euros. O dinheiro seria usado para a construção de sete usinas de biomassa de geração de energia no Rio Grande do Sul e no Paraná. A CGTEE teria dado as garantias ao banco de fomento alemão, em março de 2005, para a empresa Winimport construir as usinas.
No entanto, a reportagem revela que, em 2007, quando a Winimport deixou de quitar parte do financiamento, o KFW procurou a CGTEE para cobrar as garantias e foi informado de que a estatal não tinha conhecimento desse aval. A Lei de Responsabilidade Fiscal proíbe empresas do governo de serem fiadoras de empréstimos internacionais a empresas privadas. Investigação da Polícia Federal, iniciada naquele ano teria constatado fraude nas garantias, sumiço do dinheiro e envolvimento de nove pessoas. Elas respondem a processo por formação de quadrilha, corrupção passiva e ativa e estelionato. O nome de Cardeal não consta entre os acusados no processo.
Marina cobra mais consistência na discussão entre Dilma e Serra
Foi ela quem levantou a bandeira do meio ambiente no primeiro turno e, agora, é ela quem luta para mantê-la hasteada. Enquanto Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) fingiam que o tema tinha saído da pauta, Marina Silva (PV) pressionou os presidenciáveis a se posicionar mais claramente no que se refere à sustentabilidade e, ainda que não inteiramente, condicionou seu apoio a algum deles à adesão a sua agenda ambientalista.
Mas ela não se ilude. Sabe que, por um lado, inaugurou uma nova modalidade de “barganha” eleitoral, ao exigir compromissos em vez de cargos em troca de seu consentimento. Por outro, percebe em Dilma e Serra muito mais disposição ao desenvolvimentismo – ou, como dizem alguns de seus assessores, ao “crescimentismo” – do que ao ambientalismo. “Mesmo no primeiro turno, as duas campanhas não se ativeram à temática do meio ambiente. Ela aparecia apenas dirigida a mim, já que isso é uma prioridade da nossa plataforma de governo. Não aparecia pela minha interação com os outros candidatos”, lembra a candidata do PV.
Importante. Para Marina, depois de seus quase 20 milhões de votos no dia 3 de outubro, ficou claro que os brasileiros consideram a sustentabilidade um tema importante. “Pela primeira vez, houve um ensaio político para referenciar uma proposta de desenvolvimento baseada na sustentabilidade. Proposta que teve um respaldo muito grande em termos eleitorais, mesmo que as pessoas não tenham uma compreensão mais aprofundada da questão”, disse a senadora.
Ela sabe que nem todos os que votaram nela o fizeram somente pela cor de sua bandeira. Ainda assim, acredita que esse recado dos eleitores obrigará partidos e lideranças políticas a dialogar sobre meio ambiente com mais frequência e consistência. “Pode ser que o tema ainda não seja tratado com muita profundidade pela sociedade, mas outras questões também não são.” Ela compara: se nem todos têm clareza do que é um bom sistema de saúde, é certo que todos querem um bom sistema de saúde ou anseiam por uma boa educação, mesmo sem entender bem qual seria a reforma ideal do ensino.
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