O ex-ministro da Saúde e candidato ao governo de São Paulo, José Serra (PSDB-SP), pode saber um pouco mais sobre a ação da máfia das ambulâncias. Documentos obtidos pelo jornal Correio Braziliense mostram que Serra, quando era ministro, sabia da movimentação de parlamentares para aprovar emendas que distribuiriam ambulâncias superfaturadas para o estado de Mato Grosso.
Segundo a reportagem, de Gilberto Nascimento, Serra ainda teria determinado ao Fundo Nacional de Saúde para "providenciar o empenho e elaboração do convênio", no caso de uma emenda no valor de R$ 88 mil, para o município de Nossa Senhora do Livramento (MT).
Em ofício, datado de 13 de dezembro de 2001, o então secretário-executivo do Ministério da Saúde, Barjas Negri, pediu ao Fundo Nacional de Saúde o "empenho e a elaboração do convênio, com posterior retorno a esta Secretaria Executiva", a fim de garantir a ambulância ao município. O documento dizia ser uma "determinação do Senhor Ministro José Serra". A ambulância foi fornecida por duas empresas de fachada do grupo Planam, a Santa Maria e a Comercial Rodrigues. Uma forneceu o veículo e a outra os equipamentos.
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De acordo com o jornal, Serra sabia da ação dos deputados sanguessugas no Mato Grosso. "Em pelo menos uma oportunidade, ele foi comunicado. No dia 9 de março de 2001, o senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) e outros parlamentares do estado informaram ao então ministro, também por meio de ofício (leia fac-símile 2), que o deputado Lino Rossi (hoje do PP e, na época, PSDB), seria o responsável por indicar os municípios beneficiados com recursos de uma emenda de toda a bancada", diz a reportagem.