O candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra, disse nesta quinta-feira (31) que nunca usou caixa dois em suas campanhas. Ele se referiu em especial a acusações de que teria utilizado recursos não contabilizados na corrida presidencial de 2002.
"Campanha é como abrir uma fábrica da Volks para produzir durante três meses e depois fechar", disse o candidato em sabatina promovida pelo jornal Folha de S.Paulo, sobre as dificuldades de uma campanha eleitoral.
Em setembro do ano passado, a senadora Ideli Salvatti (PT-SC) divulgou notas fiscais que colocaram em xeque a prestação de contas do tucano nas últimas eleições. Ela apresentou dois contratos, um de R$ 1,4 milhão e outro de R$ 18 milhões, assinados pela Comissão Financeira Presidente PSDB com a empresa Computer Graphics em 15 de agosto de 2002.
Os contratos previam o pagamento de duas parcelas de R$ 700 mil, relativos ao primeiro, e duas de R$ 9 milhões, referentes ao segundo. Junto com os documentos, a senadora mostrou duas notas fiscais, no valor de R$ 1,4 milhão, expedidas pela empresa Intertrade, outra que prestou serviços ao PSDB.
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Mas, nas contas de Serra entregues ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), não havia qualquer menção à dívida total do partido. Apenas um pagamento de R$ 2,435 milhões à Computer Graphics e um de R$ 700 mil à Intetrade foram informados (leia mais).
Questionado também sobre as acusações de uma empresária, que teria cobrado R$ 32 milhões por serviços não pagos na campanha do PSDB em 2002, Serra ironizou: "Aí não seria nem caixa dois, mas dívida dois". Serra também contestou as suspeitas de caixa dois na campanha do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em 1998.
Em 2000, reportagens publicadas pela Folha de S.Paulo deram conta de um suposto caixa dois de R$ 10,120 na campanha de FHC à reeleição (leia mais). "Eu não vi nem a antiga oposição (hoje no governo) cobrando isso agora", rebateu Serra.
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