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Percorreu também alguns trechos críticos onde já aconteceram e onde é previsível que aconteçam novos desastres, devido à total falta de manutenção e de segurança e dessas estruturas. Encontrou situações inacreditáveis no Mato Grosso, como uma estrada estadual de terra com quase 500 quilômetros onde existem pontes feitas de toras de árvores. Em outra estrada estadual, registrou em fotos e vídeos a passagem de caminhões com 40, 50 toneladas sobre pontes de madeira cheias de buracos e tábuas podres. Em apenas uma ponte já aconteceram 11 acidentes.
Mas o que mais impressiona é a situação de algumas estradas federais, que contam com recursos da União. Numa BR no Sul do Pará, pontes sem guardas, sem proteção na entrada, têm o piso formado por placas de ferro. Enormes buracos têm provocado acidentes e mortes.
No Norte de Minas Gerais, no Vale do Jequitinhonha, um trecho de terra de uma rodovia federal tem seis pontes de madeira que estão entre as piores entre todas as BRs. Por baixo das estruturas é possível observar madeira podre, ferragens expostas, grampos soltos. Pelo país afora, há milhares pontes de madeira, algumas com 150, 300 metros de extensão. Muitas já foram levadas pelas águas das enchentes. Enquanto preparávamos a edição da matéria, mais oito pessoas morreram em dois acidentes ocorridos em pontes onde estivemos para registrar o perigo que representam.
O governo federal sabe exatamente onde está cada uma de suas pontes em situação de risco, mas não age como deveria para resolver o problema, embora o Tribunal de Contas da União tenha apontado falhas e recomendado a imediata recuperação dessas estruturas. Cerca de 40 pontes desabaram nos últimos dez anos. A reportagem apresenta a lista de quase 200 pontes federais que oferecem perigo aos usuários.
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