O juiz federal Sérgio Moro determinou, nesta segunda-feira (14), que a Polícia Federal (PF) refaça um relatório no qual o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi citado. Na decisão, Moro classificou a menção como uma “afirmação leviana”. A solicitação foi feita depois que o juiz recebeu o relatório da quebra do sigilo telefônico do empresário Maurício Bumlai, filho do pecuarista José Carlos Bumlai, ambos investigados na Operação Lava Jato.
Ao analisar a agenda do aparelho celular que foi apreendido, a PF encontrou contatos de diversas autoridades e concluiu que a família Bumlai “tinha influência no PT” e sobre outros agentes da administração pública. No documento, a polícia reconheceu que a mera citação não significa o envolvimento dos acusados com os fatos investigados na operação. “A influência não era somente em agentes políticos da administração pública, mas também na Suprema Corte, na pessoa do ministro Toffoli”, diz o documento da PF.
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Assim que tomou conhecimento sobre a citação, Moro pediu à PF que o relatório seja refeito em três dias e que o órgão esclareça o ocorrido. Para o juiz, a citação ao ministro do STF “não tem base empírica e é temerária”.
“O fato de algum investigado possuir, em sua agenda, números de telefone de autoridades públicas não significa que ele tem qualquer influência sobre essas autoridades. Assim, o relatório, sem base qualquer, contém afirmação leviana e que, por evidente, deve ser evitada em análises policiais que devem se resumir aos fatos constatados”, decidiu Moro.
* Com informações da Agência Brasil
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