Sônia Mossri |
O apetite dos senadores é tão grande quanto o dos colegas deputados do PMDB. Eles querem se livrar do Ministério da Previdência, atualmente comandado, pelo menos formalmente, pelo colega de Senado Amir Lando (RO). Os senadores consideram que a Previdência não rende dividendos políticos porque não tem recursos destinados a projetos em estados e municípios. Além do mais, o ministro Lando tornou-se, segundo eles, uma “rainha da Inglaterra”, uma vez que as decisões estratégicas são tomadas pelos secretários indicados pelo PT. O sonho do PMDB seria trocar os ministérios da Previdência e Comunicações por duas pastas de peso: Cidades e Integração Nacional. Por enquanto, somente o presidente Lula sabe o que será oferecido ao partido. Nem mesmo José Dirceu pode afirmar com certeza como será a cor e o rosto da reforma ministerial. Leia também Lula não tocou no assunto no almoço com a bancada do PMDB, ocorrido quarta-feira (24) na casa do ministro das Comunicações, Eunício Oliveira. Preferiu pregar o diálogo e adoçar os parlamentares. “Eu jamais viria para uma reunião do PMDB para pregar cizânia no partido. Vim para ver o que precisamos fazer. Jamais fui ou irei a uma reunião de qualquer partido para pedir que esse partido não tenha candidato próprio a presidente da República, seja ele do tamanho que for, desde o pequeno PSTU até o maior deles, que é o PMDB”, disse o presidente Lula no almoço, de acordo com transcrição obtida pelo Congresso em Foco. No seu discurso, Lula deixou claro que não era o momento para se discutir as eleições de 2006, para decepção dos deputados. Todos ali sonhavam que o presidente diria que o PMDB era o principal aliado do PT em 2006 e, portanto, indicaria o candidato a vice na chapa da reeleição. “Um dado concreto: não é o momento correto para discutir a eleição de 2006. Em dado momento, vamos discutir isso vendo as relações entre os partidos, a situação de cada um de nós”, observou Lula. |