Mário Coelho
Dois senadores voltaram a pedir nesta terça-feira (14) a saída do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) do cargo. Mas, desta vez, o discurso foi mais duro. Pedro Simon (PMDB-RS) e Cristovam Buarque (PDT-DF) afirmaram, em discursos no plenário, que o peemedebista deveria renunciar à presidência por conta da crise que tomou conta da Casa. Já José Nery (Psol-PA) sugeriu novamente a criação de uma CPI para investigar as denúncias envolvendo o Senado.
Simon disse que tem sentido vergonha pela crise no Senado e admitiu pensar em “ir para casa”, por acreditar que não tem condições de “fazer mais nada”. O senador disse que, no início da atual crise, acreditava que seria o caso de Sarney pedir uma licença do cargo, mas agora a licença não seria mais suficiente.
“Eu digo com a maior tristeza, com a maior mágoa. Nessa altura, não adianta o presidente Sarney se licenciar. Sarney deveria ter a grandeza de renunciar. Esta seria a melhor coisa, um ato histórico, um ato de grandeza. Chegamos ao limite do mínimo da responsabilidade que nós podemos ter”, afirmou Simon, que já havia sugerido a licença de Sarney em 26 de junho.
Cristovam, outro que já havia pedido o afastamento do peemedebista, disse que o presidente do Senado corre o risco de perder o cargo. “Simon deu um salto adiante, já se trata de renúncia. Se demorar mais, pode ser a cassação de mandato. Sarney está caminhando em direção ao que é ruim para ele, para nós, para o Senado. A impressão é de que, com a sua obstinação, ele está disposto a sobreviver ao Senado, porque hoje é o Senado que está ameaçado”, disse Cristovam.
Para José Nery, a solução é criar uma CPI para investigar as denúncias veiculadas contra Sarney e a Casa. “A paciência da sociedade com o Senado deve estar se esgotando. Precisamos dar uma resposta”, completou Nery.
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