Parlamentares da oposição apresentaram à Procuradoria-Geral da República (PGR), na tarde desta segunda-feira (28), uma representação em que solicitam apurações sobre indícios da prática dos crimes de concussão, advocacia administrativa e improbidade administrativa contra o presidente Michel Temer. De acordo com eles, o peemedebista cometeu os ilícitos ao interferir “em assunto privado envolvendo dois ministros de Estado”. Os senadores Lindbergh Farias (PT-RJ), Fátima Bezerra (PT-RN), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Regina Souza (PT-PI) e Humberto Costa (PT-PE), além dos deputados Afonso Florence (PT-BA), Maria do Rosário (PT-RS) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ), foram à PGR protocolar a denúncia.
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No dia 18, Marcelo Calero, ex-ministro da Cultura, ao pedir demissão do cargo, acusou Geddel Vieira Lima de pressioná-lo para produzir um parecer técnico ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para favorecer a aprovação de um projeto imobiliário nos arredores de uma área tombada em Salvador – o residencial La Vue, onde Geddel adquiriu uma unidade. Depois, na última quinta-feira (24), um depoimento de Calero à Polícia Federal foi divulgado e, nele, aparece outra acusação de tentativa de influência sobre o caso. Desta vez, também contra Michel Temer.
O líder do PT no Senado, Humberto Costa, afirmou que “o próprio presidente da República reconheceu a sua participação direta nesse episódio”. Para o senador, o depoimento de Calero contra Temer gera incertezas no Congresso, reacende a crise política e aumenta as “insatisfações entre os parlamentares”. Ainda segundo o petista, o melhor cenário para o Brasil é a renúncia de Temer do cargo de presidente da República.
“Ainda que haja o processo de impeachment, a sua conclusão só aconteceria no ano que vem. Se o presidente tivesse a grandeza de renunciar, nós teríamos eleições diretas no ano que vem. Se um presidente da República, no exercício do próprio mandato, participa de forma direta em uma disputa de interesses privados, ele perde a condição republicana de continuar governando o país”, avaliou Humberto Costa.
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