Mais uma vez governistas e oposicionistas expuseram suas desavenças no plenário do Senado. Durante os trabalhos desta tarde, a líder do PT na Casa, Ideli Salvatti (SC) e o presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), não se importaram com as crianças que assistiam a sessão e destilaram ofensas um contra o outro. Parlamentares dos dois grupos juntaram-se aos dois para fortalecer a discussão.
A briga começou depois que a petista contestou a acusação feita ontem pelo senador de que discursos da oposição contra o governo Lula teriam sido censurados no programa de rádio “Voz do Brasil”.
“Não sei como alguém que foi biônico e ministro da ditadura militar pode falar sobre censura”, disparou a senadora no momento em que o senador chegava ao plenário. Na mesma hora, Bornhausen pediu a palavra e devolveu à petista no mesmo tom: “A senhora não esperava que eu estivesse aqui porque é do seu perfil falar pelas costas”, rebateu.
Em seguida, o pefelista disse que não responderia às afirmações porque Ideli não merecia sua atenção. A petista ficou irritada e aos berros tentou tomar a palavra outra vez, mas foi impedida pelo senador Alvaro Dias (PSDB-PR), que presidia a sessão.
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“Vossa excelência se cale. A senhora não tem autoridade política nem moral para dizer o que a presidência tem que fazer”, afirmou Dias. Nesse momento, outros senadores tomaram as dores dos dois adversários e crianças que acompanhavam o bate-boca foram retirados do plenário.
O vice-presidente do Senado, Tião Viana (PT-AC), interveio para garantir a palavra à senadora. Durante seu discurso, Ideli disse que a venda da Vale do Rio Doce foi um “prejuízo de lesa pátria”, o que provocou a indignação dos senadores Heráclito Fortes (PFL-PI) e Tasso Jereissati (PSDB-CE).
“A Vale do Rio Doce está produzindo hoje, imagine se estivesse nas mãos do PT e dos sanguessugas aonde estaria? Acabaria como um prato cheio de corrupção para esse governo”, disse Heráclito. “O que dá pena é ver as estatais em mãos de gente tão corrupta”, emendou Tasso Jereissati.