O senador Delcídio Amaral (PT-SP) promete explicar nesta segunda-feira (22), da tribuna do Senado, como seu nome foi parar nos documentos da Gautama, apreendidos em investigação da Polícia Federal. Há indícios da relação de políticos, incluindo parlamentares e governadores, na máfia das obras públicas, desbaratada pela Operação Navalha. Nos documentos teria a relação, com os nomes e o suposto recebimento de propina.
O petista aparece em um dos documentos com a seguinte citação: "Delcídio, R$ 24 mil, aluguel de jatinho”. Ele explicou que pediu dinheiro emprestado a um amigo, o empresário Luiz Gonzaga Salomon, para alugar um avião e ir ao enterro do sogro, em Barretos, no interior de São Paulo. Como Salomon não tinha dinheiro para cobrir o cheque caução que deu na empresa, chamada Ícaro, o amigo teria recorrido a empresários.
“Foi o Zuleido [Veras, dono da Gautama e apontado com chefe da máfia das obras públicas] que aceitou pagar. Mas, no final das contas, não pagou. O Luiz Gonzaga me informou que a Polícia Federal já esteve na Ícaro. Informaram que o vôo não foi pago”, disse Delcídio Amaral ao Blog do Josias, da Folha Online. “Posso até admitir que fui descuidado. Mas é que tenho uma confiança grande no Luiz Gonzaga, amigo antigo”.
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O senador admite conhecer Zuleido Veras, mas garante que nunca apresentou emenda para obra realizada pela Gautama. "Mandei levantar todas as minhas emendas; zero de Gautama”, disse. Ele afirma que também não recebeu nenhum centavo da construtora na campanha eleitoral. Delcídio acredita que o empresário se dispôs a pagar o aluguel do avião para tentar se aproximar dele. (Lucas Ferraz)
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