O senador chileno Alejandro Navarro está propondo uma emenda constitucional para cassar candidatos que se elejam com a divulgação de notícias falsas, as chamadas fake news. A ideia do parlamentar já foi batizada de Lei Bolsonaro.
O parlamentar conta que se inspirou em Bolsonaro devido, segundo ele, “à questionada forma de fazer política” do presidenciável brasileiro. Navarro cita como exemplos dessa “forma de fazer política” o pagamento por meio de empresários amigos pela difusão de informações contra o PT, conforme reportagem da Folha de S.Paulo, as acusações de que Fernando Haddad, enquanto ministro da Educação, distribuiu “kit gay” para crianças e que, eleito presidente, apresentaria uma lei para legalizar a pedofilia.
Alejandro Navarro, que representa a região de BioBío Costa, diz que a Lei Bolsonaro é necessária para “proteger a democracia”. “A proposta acabará com a nova maneira de fazer política que a extrema-direita latino-americana adotou, usando Big Data”, explica em sua página oficial na internet. Ele também faz referências ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para justificar a necessidade da nova lei. Pela proposta, o candidato que se utilizar da disseminação de fake news para ganhar a eleição poderá perder o registro de sua candidatura, ainda durante a campanha, ou o mandato caso seja eleito.
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“As fake news são difíceis de combater, pois os eleitores ficam com a primeira impressão. Assim mesmo, a mentira eleitoral tem efeitos devastadores no debate político, pois quem as profere dificilmente as desdiz e é provável que nunca o faça”, afirma o senador chileno.
Para Navarro, é preciso garantir que as eleições sejam democráticas e limpas. “Um presidente da República deve ser um líder que triunfe sem trapaças no debate político e nas urnas. Do contrário, ganhará o que mentir mais, o que tiver mais condições de desinformar por meio das redes sociais, o que contratar mais empresas de marketing político para manipular a informação e entregar conteúdo falso de maneira deliberada. Isso não é viver uma democracia saudável”, explica. “É uma bola de neve que não podemos deixá-la crescer, pois a mentira não pode ser base de estratégia eleitoral alguma”, acrescenta.
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