Com um atraso de sete anos, o Senado vai permitir à população acompanhar seus gastos com a verba indenizatória. O benefício, de R$ 15 mil por mês, garante aos senadores o direito de serem ressarcidos em despesas como locomoção, hospedagem, combustíveis, divulgação e consultorias. A Câmara já divulga em sua página na internet a prestação de contas feita por deputados.
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O presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), e o diretor-geral da Casa, Agaciel Maia, adiantaram ao Congresso em Foco que a divulgação dos gastos na internet começará neste mês. “Agora vai sair”, afirmou Garibaldi.
“Durante o mês de janeiro, que é um mês mais tranqüilo, nós simulamos. Alimentamos [a página com os dados] e fizemos testes. A partir de fevereiro, vamos alimentar e divulgar os dados”, informou Agaciel, sem precisar o dia em que os dados estarão no ar.
Segundo o diretor do Senado, as informações sobre assiduidade – que também não estão disponíveis ao público – serão publicadas pela Secretaria Geral da Mesa no Diário do Senado. O Diário do Senado é reproduzido na internet, mas com certo atraso, que chega a ser de 20 dias. No ano passado, o Congresso em Foco fez um levantamento inédito dessas faltas, observando, nos diários, os nomes dos senadores que faltavam nas listas de presença e não estavam licenciados.
A decisão de publicar os gastos com a verba indenizatória foi tomada ano passado pela Mesa Diretora ainda na gestão interina do petista Tião Viana (AC), que assumiu o comando da Casa enquanto o então presidente, Renan Calheiros (PMDB-AL), esteve licenciado do cargo após ser alvo de uma série de denúncias.
Questionamentos
A promessa de transparência não agrada a todos os parlamentares. “Tinha uma reação porque a mídia usa esses dados para fazer questionamentos”, lembra João Vicente Claudino (PTB-PI), suplente de uma das secretarias da Mesa e defensor da publicidade dos gastos.
A Câmara tem um histórico de transparência maior com a sociedade. Em sua página na internet, encontram-se todos os gastos dos deputados com a verba indenizatória, a relação de suas viagens em missão oficial, o número de sessões deliberativas em que estavam no exercício do mandato e suas faltas no período – justificadas ou não. A atual legislatura gastou R$ 78,5 milhões só com verba indenizatória na Câmara, conforme noticiou o Congresso em Foco.
Para Claudino, muitas vezes a mídia usa esses recursos para “denegrir a imagem da Câmara”. “Agora, isso vai ser usado na mesma intensidade no Senado”, avalia o senador.