Levantamento feito com 70 senadores pelo jornal Folha de S. Paulo revela que apesar das divergências apontadas pela perícia da Polícia Federal nos documentos apresentados pela defesa do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), sobre seus rendimentos agropecuários (leia mais), nenhum senador hoje avalia que já há elementos suficientes para a cassação do mandato do peemedebista.
Dos 70 parlamentares, 66 disseram que os agravantes ainda são insuficientes. Quatro não responderam às perguntas do jornal. Renan e Antonio Carlos Magalhães (DEM-BA), que está internado no Hospital do Coração (InCor), em São Paulo, não foram procurados. Além deles, nove senadores não foram localizados.
Foram feitas três perguntas aos parlamentares: 1) O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), deveria se afastar do cargo durante o processo?; 2) Já há elementos suficientes para a cassação do mandato dele?; 3) Se ele deixar o posto, quem deveria sucedê-lo?
Dos senadores consultados pela Folha, 24 (36,4%) afirmaram que há indícios graves de quebra de decoro no caso. No entanto é preciso aguardar a finalização da perícia da PF para selar o destino do peemedebista. Outros 42 senadores (66,6%) declararam que não há elementos para perda do mandato do presidente da Casa.
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"Acho que há indícios graves, mas é prematuro afirmar sem a perícia da Polícia Federal. É preciso clareza de que os documentos são fraudados", afirmou José Nery (Psol-PA), cujo partido foi o autor da representação contra Renan no Conselho de Ética da Casa.
"Espero que eu não tenha que tomar esta decisão. Se esse momento chegar, vou avaliar e votar pela justiça. Pessoalmente, mantenho uma relação muito fraterna e de respeito com o senador Renan", disse a senadora Serys Slhessarenko (PT-MT).
Em relação ao afastamento de Renan da presidência do Senado enquanto durar o processo contra ele no Conselho de Ética, 19 senadores apóiam a sua permanência; outros 18 se dizem indiferentes. "O afastamento seria importante para retomar a normalidade", afirmou Osmar Dias (PDT-PR).
Contudo, os defensores de Renan rechaçam a possibilidade de vê-lo fora do seu cargo durante o transcorrer do processo. "Pedir a licença do cargo seria passar recibo e mostrar fragilidade", afirmou Gilvam Borges (PMDB-AP). (Rodolfo Torres)
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