Depois de um adiamento no início de julho, será realizada daqui a pouco, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), do Senado, a sabatina para confirmar ou não a indicação feita pelo presidente Lula de Arthur Badin para a presidência do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Atual procurador-geral do órgão, Badin, 32 anos, é alvo de resistência de parlamentares e de um lobby de grandes empresas no Senado, apesar da negativa de lideranças partidárias. Os lobistas de empresas que perderam disputas no Cade pela atuação de Badin como procurador-geral dizem que ele não está preparado para assumir a presidência do órgão por ser muito jovem e não ter mestrado.
O mesmo lobby também afirma que a indicação é totalmente política e que, se Badin chegar à presidência, não terá imparcialidade para decidir, pois se envolveu em diversos processos contra as empresas. "Desconheço que exista esse lobby, mas indicação de autoridade não é questão partidária e de escolha livre dos senadores. A não ser que seja um marginal, o que não é o caso", disse ao site o líder do DEM, senador José Agripino Maia (RN).
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Mas as alegações do líder do DEM quase que coincidem com o que os lobistas levantaram até agora contra Badin. "Sou contrário, pois ele é muito jovem e sectário. Esteve de um lado e não terá imparcialidade de magistrado para decidir", explica Agripino.
O senador Demóstenes Torres (DEM-GO), que desistiu de ser relador da indicação justamente pela posição contrária à do seu líder, é um dos suplentes da comissão. E só votará caso um dos titulares não compareça à sessão. "Antes que virasse uma questão partidária, resolvi desistir da relatoria. Mas se tiver que votar, vou votar a favor", resumiu o senador goiano.
O governo acredita que a indicação será aprovada, mas com quatro ou cinco votos contrários. Essa foi a previsão dada pelo líder do governo, senador Romero Juca (PMDB-RR), ao chegar à reunião da CAE. O site apurou que o parecer do relator, senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), será pela aprovação de Badin como novo presidente do Cade. (Renata Camargo e Lúcio Lambranho)