A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira (6) um requerimento que convida o presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, a prestar esclarecimentos ao colegiado. Os parlamentares querem resolver contradições sobre uma dívida de R$ 29 do presidente Lula com o PT que teria sido paga por Okamotto, que também é filiado ao partido.
Em depoimento à CPI dos Bingos no ano passado, o presidente do Sebrae afirmou que quitou a dívida sem que Lula soubesse. Mas, em entrevista ao Jornal Nacional há dois meses, o presidente disse que não reconhecera a dívida e, portanto, deixou o pagamento a critério do colega.
O depoimento ainda não tem data, mas só deve ocorrer após as eleições. Como a CCJ não tem poder para convocá-lo, Okamotto pode recusar o convite. O autor do requerimento foi o presidente do PSDB, Tasso Jereissati (CE). Segundo ele, as versões não casam e o presidente do Sebrae deve explicações. "Ficou claro que ele cometeu perjúrio e isso é o que pode acontecer de mais grave em um depoimento à CPI. Se ele não vier, é a confirmação de grave perjúrio", afirmou.
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Segundo o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), a oposição propôs a audiência após as eleições para evitar acusações de que está politizando o debate eleitoral. "Não queremos ser acusados de subverter o processo em curso. É algo imoral que tem que ser apreciado", disse.
Mas a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), disse ter a convicção de que o convite a Okamotto tem intenções eleitorais. "É requentar, é trazer para o cenário do embate eleitoral um assunto que temos entendimento de que está mais do que esclarecido", afirmou.
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