Os quatro indicados foram sabatinados ainda nesta terça mais cedo na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).
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Reinaldo Le Grazie é graduado em Administração Pública pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas, com extensão executiva pelo Instituto Europeu de Administração.
Com longa experiência profissional na iniciativa privada, Le Grazie atuou, nas últimas três décadas, em empresas financeiras e de gestão de recursos, em bancos nacionais e internacionais, e em gestoras de recursos independentes e também ligadas a grandes grupos econômicos.
Discussão
Em meio a críticas de alguns senadores sobre a política econômica do presidente interino, Michel Temer, de manutenção de juros altos, Lindbergh Farias (PT-RJ) questionou a independência de Le Grazie para a diretoria de Política Monetária por se tratar de um superintendente do Bradesco. E também citou o nome de um sócio do Itaú, Ilian Goldfajn, agora presidente do Banco Central.
Ele criticou ainda o governo atual por fazer as indicações antes da conclusão do processo de impeachment de Dilma Rousseff.
– No governo da presidente Dilma, nós tivemos um Banco Central de funcionários públicos. Qual a independência desses senhores para fiscalizar os bancos? Para fiscalizar o sistema financeiro? – indagou.
O argumento do senador foi rebatido por Ana Amélia (PP-RS).
– É preferível entregar diretorias a dois bancos genuinamente brasileiros do que a presidência do Banco Central a um presidente de um banco americano, o Banco de Boston – disse a senadora ao se referir ao ex-presidente do Bank Boston, Henrique Meirelles, atual ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central no governo Lula.
O líder do governo, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), lembrou que todos os indicados foram sabatinados e aprovados pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e rejeitou a necessidade de um tipo de quarentena para diretores de bancos comerciais.
– Todos são pessoas corretas, honradas e habilitadas, inclusive por longa experiência no trabalho do setor financeiro. Pessoas que conhecem o ramo de negócios, até para poder descobrir armadilhas que possam se apresentar em seu caminho – disse Aloysio.
Outros diretores
Tiago Couto Berriel foi indicado para exercer o cargo de Diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos. É bacharel em Economia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, concluiu o mestrado em Economia na mesma instituição em 2005. Complementou sua formação acadêmica na Universidade de Princeton, nos Estados Unidos. Lá, ele foi orientado pelo prêmio Nobel Dr. Christopher Sims, e adquiriu o título de Doutor em Economia em 2010.
Berriel atua no setor privado como responsável pela análise macroeconômica na empresa Pacífico Gestão de Recursos. É sócio das empresas Berriel Consultoria em Gestão Empresarial; Pacífico Holding e BC Consulting Consultoria Econômico-Financeira Sociedade Simples. É Professor Assistente na PUC-Rio desde janeiro de 2014, e, anteriormente, exerceu a mesma função na Escola de Pós-Graduação em Economia da Fundação Getúlio Vargas. O indicado concentra as atividades de pesquisa nas áreas de macroeconomia, economia monetária e finanças internacionais.
Carlos Viana de Carvalho ocupará o cargo de diretor de Política Econômica. Ele é professor associado do quadro principal do Departamento de Economia da PUC-Rio, desde junho de 2011, onde se dedica às atividades de pesquisa e ensino em política monetária, macroeconomia, finanças e finanças internacionais. Já exerceu a função de economista e posteriormente de economista-sênior do Banco Central Americano entre 2007 e 2011 onde teve a oportunidade de vivenciar de perto a crise financeira internacional de 2008 e de participar de algumas iniciativas de política monetária frente à crise.
Viana de Carvalho exerceu também atividades profissionais no setor privado. Foi economista-chefe do Banco Opportunity e sócio da Kyros Investimentos, empresa gestora de recursos de terceiros.
Isaac Sidney Menezes Ferreira foi indicado para exercer o cargo de diretor do Banco Central do Brasil. Ele tem formação em Direito e desde fevereiro de 2002 é procurador do Banco Central do Brasil, onde exerceu as funções de chefe de gabinete do procurador-geral, chefe de gabinete da Presidência e de secretário-executivo.
Atuou como advogado em causas cíveis, criminais e trabalhistas entre 1999 e 2001. Foi chefe da Assessoria Parlamentar do Banco do Brasil e chefe-adjunto da Assessoria Parlamentar do Ministério da Defesa.
Banco Central
O Banco Central do Brasil foi criado em 1964 e é o principal executor das orientações do Conselho Monetário Nacional e responsável por garantir o poder de compra da moeda nacional.
Entre os objetivos do banco estão zelar pela liquidez da economia, manter as reservas internacionais em nível adequado, estimular a formação de poupança, zelar pela estabilidade e promover o permanente aperfeiçoamento do sistema financeiro.
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