O diplomata Alexandre Guido Lopes Parola foi escolhido nesta terça-feira (5) como novo delegado permanente do Brasil junto à Organização Mundial do Comércio (OMC), entidade sediada em Genebra (Suíça), e a outras organizações econômicas. A indicação de Parola (Mensagem ao Senado Federal 23/2018), ex-porta-voz do presidente Michel Temer (MDB), foi aprovada por 42 senadores. Outros sete votaram contrariamente à mensagem e um se absteve de votar.
Parola nasceu no Rio de Janeiro e é formado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), tendo ingressado na carreira em 1987. Desde 2016 atuava como porta-voz da Presidência da República, posto do qual se desligou para assumir a presidência da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) em 2 de maio último.
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Exerceu diversos cargos na administração pública federal. Foi ministro-conselheiro na Delegação Permanente em Genebra (2006/2011); assessor do gabinete do ministro da Economia, Finanças e Planejamento (1992); porta-voz adjunto e porta-voz da Presidência da República (1999-2003) e assessor especial do Ministério da Defesa (2004/2006).
Risco de extinção
PublicidadeEm sabatina na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) no início de maio, Parola defendeu a função internacional da OMC. Para o diplomata, o órgão desempenha papel crucial na inserção de países em desenvolvimento na comunidade do comércio exterior.
Mas Parola fez um alerta. “Não é figura de retórica afirmar hoje que a OMC corre risco de deixar de existir. E isso, caso venha a ocorrer, será algo muito ruim para o Brasil. Se tivermos que reinventar todo o arcabouço de aquisições, muito dificilmente teremos resultados semelhantes”, declarou na reunião, acrescentando que o modelo multilateral de comércio exterior está sob ameaça.
Principal entidade do gênero, a Organização Mundial do Comércio começou a operar em 1º de janeiro de 1995, tendo sido o Brasil um dos fundadores. Atualmente, reúne 160 membros e se dedica à administração do sistema multilateral de comércio.